Pai confessou estar possuído por demônio ao atacar a filha com facadas
No depoimento de Carlos Lôbo aos policiais, ele confessou que ao ouvir o pedido da filha, “fui possuído pelo demônio. Sabia que empunhava uma faca e atingia alguém. Só parei quando me vi refletido no espelho como uma figura monstruosa. Então me recolhi no chão, com a cabeça entre as pernas e fiquei ali, não sei por quanto tempo, até que ouvi a empregada batendo na porta da frente”.
Carlos disse não lembrar se tentou esconder o corpo, mas antes de abrir a porta para a empregada, trocou a roupa, que estava toda ensanguentada.
Ao abrir a porta, pediu que a empregada não abrisse a porta do quarto pois “Rebeca estava dormindo e não poderia ser incomodada”.
Quando o motorista Carlos Henrique e seu cunhado Andenor de Oliveira voltaram do Centro, Carlos Lobo pediu que o primeiro colocasse a bagagem arrumada pela manhã no carro e o levasse até a casa de seu irmão, Cleber, no bairro Japiim.
Enquanto percorriam as ruas do Japiim na busca da casa de Cleber, cuja localização Carlos não conseguia lembrar, o motorista notou que patrão estava estranho, inquieto e falando sozinho que “estava desgraçado”. Ele teria dito a seguinte: “Não tenho para onde ir. O único lugar seguro seria a casa do meu irmão e não sei mais onde é. Para o sítio eu não vou”.
Encontrando a casa do irmão, saiu do carro chorando e foi ao encontro dele, com quem ficou conversando e teria pedido ajuda. Cleber pediu o carro do motorista, que se sentou ao lado de Carlos sem entender aquela situação. O irmão de Carlos então pediu que o motorista fosse embora.
Cleber e Carlos teriam ido para um local na rodovia AM-010, onde teriam passado a noite de quinta-feira e a manhã de sexta-feira.
Voltando para Manaus, pararam em um bar à beira da estrada e viram um grupo de jovens jogando bola em um terreno. Perguntando de quem era a propriedade, descobriram ser do advogado Armando Freitas.
CONFISSÃO
Carlos então decidiu procurá-lo e a ele confessou ter matado a filha Rebeca. Avisada, a polícia fechou todas as saídas da cidade até prender Carlos.
No dia do depoimento dele, cerca de mil pessoas se dirigiram para o Distrito de Polícia no qual ele estava e aos gritos pediam para “linchar o monstro que matou a filha”.
A população revoltada, jogava pedras na janela do distrito, obrigando a polícia a transferir Carlos para outro local. Um policial, para dispersar as pessoas, fez disparos para o alto, sendo necessário reforços da Companhia de Choque da Polícia Militar para controlar a situação.
ASSUNTOS: Caso Rebeca