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Freixo empurrou e deu chute em fotógrafo no enterro do irmão, em 2006

Por Agência O Globo

24/10/2016 15h54 — em
Brasil



RIO — O candidato do PSOL a prefeito do Rio, Marcelo Freixo, agrediu com socos e chutes um fotógrafo, durante o enterro de seu irmão, Renato Freixo, há dez anos, num cemitério em Niterói. O caso voltou à tona e tem circulado nas redes sociais depois que o agredido, o fotógrafo Bruno de Lima, publicou a história e fotos da agressão em sua página no Facebook. Nesta segunda-feira, Freixo reconheceu que errou e disse que o fotógrafo desrespeitou mais de uma vez o pedido da família para que não houvesse fotos próximas ao caixão.

Renato Freixo foi assassinado em 2006, quando o candidato do PSOL trabalhava como pesquisador da ONG Justiça Global, ligada aos direitos humanos. Ele seria eleito deputado estadual pela primeira vez meses depois, no final daquele ano, assumindo o mandato a partir de 2007. Lima trabalhava no jornal “A Tribuna”, de Niterói, e foi cobrir o enterro do irmão de Freixo. Em seu relato no Facebook, o fotógrafo diz que chegou atrasado e não sabia do pedido da família para não fazer fotos perto do caixão. E nega que tenha sido repreendido uma primeira vez.

“Quando apontei a câmera para a frente, vi alguém largando o caixão e correndo até mim. Só deu tempo de me abaixar, tentando proteger o meu equipamento e receber socos e chutes de alguém, que vim a descobrir que era o próprio Marcelo Freixo. Por mais que houvesse a dor da perda, nunca imaginaria que pagaria o pato pela perda do irmão. Pareceu que ele estava querendo descontar tudo em mim. Fui agredido covardemente. Mesmo tentando proteger o meu equipamento, meu ganha pão, ele conseguiu quebrar o flash”, disse Bruno de Lima.

Perguntado, Freixo comentou o episódios nesta segunda-feira. Reconheceu a agressão e disse que errou, mas afirmou que o fotógrafo desrespeitou o pedido de sua mãe num momento difícil para a família.

— Não escondo nada do meu passado. Tive um irmão brutalmente assassinado. No enterro, havia um pedido da minha mãe, que meu irmão não fosse fotografado no velório. Este fotógrafo entrou e fotografou, contrariando o pedido da família, coisa que nenhum outro fotógrafo fez. Ele foi retirado, colocado para fora, sem nenhuma violência. Depois, quando a gente fecha o caixão, o momento mais doloroso para a família, e a gente sai com o caixão, ele mais uma vez vem e fotografa de perto o caixão com a minha mãe — disse o candidato, durante panfletagem no Largo do Machado. — E aí, realmente, não há justificativa, eu errei. Empurrei e dei um chute nele, uma agressão que não se justifica. Mas há um contexto que era o enterro do meu irmão, um desrespeito profundo com a minha família e a minha mãe. Mas não justifica, foi um erro.


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