Direção da Eletrobrás pede explicações sobre declaração de Bolsonaro
A diretora da área financeira e de relação com investidores da Eletrobras, Elvira Cavalcanti, enviou um pedido de explicações ao Ministério de Minas e Energia sobre a declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de interferir no setor elétrico.
No sábado (20), após anunciar a troca de comando na Petrobrás, Bolsonaro disse: “amos meter o dedo na energia elétrica, que é outro problema também”. O governo federal é o principal acionista da companhia da Eletrobrás que, a exemplo da petrolífera, também registrou queda nas ações nos últimos dias.
Elvira afirmou que a divulgação de informações relevantes sobre a companhia deve obedecer critérios de mercado. No documento, a diretora solicitou "que seja comunicado formalmente a esta companhia se as notícias em referência são verdadeiras e/ou se existem estudos ou informações ou aprovações internas e externas a respeito do processo que devem ser divulgadas ao mercado, por meio de Fato Relevante".
A diretora acrescenta que a política de divulgação e uso de informações da empresa relevantes prevê que pessoas com acesso a dados privilegiados em razão do cargo mantenham sigilo, até que o mercado seja informado.
As informações são consideradas relevantes na medida que influenciam a decisão de investidores de vender ou comprar ações.
"Esclarecemos que a Instrução 358/2002 da Comissão de Valores Mobiliários — CVM, e suas alterações, bem como a Política de Divulgação e Uso de Informações Relevantes das Empresas Eletrobras, estabelecem o dever de sigilo relativo a ato ou fato relevante aos quais determinadas pessoas tenham acesso privilegiado em razão do cargo ou posição que ocupam, até sua divulgação ao mercado", diz outro trecho da carta.
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