Conass criticam ministro da Saúde por recomendar suspender vacinação em adolescentes
Os conselhos Nacional de Secretários de Saúde Estaduais (Conass) e municipais de secretários de saúde (Conasems), juntamente com a Sociedade Brasileira da Imunizações (SBIM), divulgaram nota pública manifestando lamentando as recentes decisões do Ministério da Saúde de recomendar a suspensão da vacinação contra a covid-19 em adolescentes sem comorbidades.
Para os secretários, decisões sem respaldo técnico e científico como essa, colocam em risco a principal ação de controle da pandemia.
No entendimento deles, as orientações anunciadas pelo ministro Marcelo Queiroga, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (18), foram feitas sem qualquer consulta prévia às representações estaduais e municipais da gestão do Sistema Único de Saúde ou mesmo à Câmara Técnica Assessora do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Os secretários destacaram os resultados amplamente positivos da vacinação, que tem levado a uma significativa redução de casos e óbitos, mas alertam que o Brasil ainda apresenta situação epidemiológica distante do que pode ser considerado como confortável, em razão do surgimento de novas variantes.
Dessa forma, Conass e Conasems reafirmam a confiança na Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) e nas principais agências sanitárias regulatórias do mundo, quando afirmam a segurança e eficiência da vacina Comirnaty, da Pfizer, para crianças com 12 anos de idade ou mais.
Os membros dos conselhos reforçam também a confiança na Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda a aplicação desse imunizante após o término da vacinação dos públicos de risco prioritários.
Na nota, os secretários de saúde manifestam a solidariedade aos milhares de trabalhadores que atuam na Campanha de Vacinação contra a covid-19 apara comentar a afirmação do próprio Queiroga de que ocorreram pouco mais de 25.000 aplicações de vacinas diferentes daquela recomendada para os adolescentes.
Para os secretários, é preciso confirmar essa afirmação, uma vez que erros de registro vêm sendo identificados, tanto por eventual esgotamento dos servidores, como por dificuldades relacionadas aos sistemas de informação.
Eles destacam na nota que o montante referido representa 0,75% das mais de 3,5 milhões de doses já aplicadas neste grupo populacional.
Dessa forma, baseados em conhecimentos científicos, Conass e Conasems defendem a continuidade da vacinação para assegurar a devida proteção da população jovem, sem desconsiderar a necessidade de priorizar neste momento dentre os adolescentes, aqueles com comorbidade, deficiência permanente e em situação de vulnerabilidade.
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