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Wilson Lima e Carlos Almeida, unidos pela tragédia que eles criaram


Por Raimundo de Holanda

23/10/2020 21h05 — em
Bastidores da Política


  • Não dá, por mais vontade política que exista em Brasília, para apagar o que foi escrito na denúncia da PGR/PF contra o governador do Amazonas, Wilson Lima. Pode ter sido precipitado concluir que ele "comandou uma organização criminosa que superfaturou a compra de respiradores". Mas é isso que está escrito…

Não há conexão entre os documentos encontrados no gabinete do vice - governador Carlos Almeida (e vazados no inicio da semana) com a compra, pelo governo do Amazonas, de respiradores superfaturados. Mas as buscas em sua casa, os depoimentos do secretário Rodrigo Tobias e de outros técnicos que o auxiliavam o colocaram ao lado do governador Wilson Lima, bebendo na mesma taça um vinho não depurado, sem aroma ou sabor. 

Não dá para desconectá-los. Caminharão unidos na mesma tragédia. 

A Polícia Federal já sabe quem determinou a compra dos respiradores, quem autorizou a intermediação do empresário  Gutemberg Alencar, um estranho dentro do governo, e construiu sua teoria do fato.
Wilson Lima é apontado pelos delegados federais como líder da   organizarão criminosa. Eles  também vêem ligações de Carlos com o grupo que deixou no comando da secretaria de Saúde e que, segundo depoimentos, a ele se reportava.

Não dá, por mais vontade política que exista em Brasília, para  apagar o que foi escrito contra o governador na primeira fase da Operação Sangria, que resultou inclusive em pedido de prisão de Lima, negado pelo ministro Francisco Falcão. 

Não dá para desconectar Carlos Almeida do grupo que ele selecionou para ficar à frente da Secretaria de Saúde. O mesmo grupo cujos membros admitiram a idéia, depois consumada,  de  fazer uma operação fantasma para a compra dos respiradores, admitindo a intenção de cometer um crime contra a administração pública.

E,  para os leigos ou os ingênuos que assessoram o governador, é preciso lembrar que este caso só corre no STJ porque o investigado é ele, Wilson Lima, o único dos alvos da Operação  Sangria, com foro nessa Corte de Justiça.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.