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A volta da censura e a eleição municipal


Por Raimundo de Holanda

02/05/2024 19h50 — em
Bastidores da Política


  • O poder político sempre teve o monopólio da verdade. Mesmo diante de fatos concretos, irrefutáveis, juízes mal-intencionados estabeleceram ao longo dos anos censura prévia à imprensa. Agora a coisa pode piorar. E muito.

Com tantas restrições ao papel da mídia, o Tribunal  Superior  Eleitoral coloca nas mãos de  juízes desatentos poder imensurável de estabelecer a censura, dando razão a políticos mentirosos, que se transformam em vítimas em contraposição a verdade objetiva,  que eles não toleram. 

As medidas adotadas para combater notícias falsas têm razão de ser, mas políticos cínicos fazem uso desse instrumento para induzir tribunais a  silenciarem o jornalismo, a pretexto de que a verdade não é exatamente à verdade.

Os juízes não estão sendo treinados para identificar  as deepfakes, manipuladas por inteligência artificial. 

A urgência com que a Justiça Eleitoral trata casos que questionam informações e/ou acusações não permite que os juízes identifiquem  o que é produto de IA ou não. A tecnologia avançou muito e a realidade é uma confusão de verdade e suposta verdade. 

Disso se valem exatamente os candidatos de má fé. São eles os principais beneficiários de uma legislação feita nas coxas, sem ouvir quem entende do assunto, sem que os tribunais tenham um corpo de especialistas para orientar os magistrados que também não podem decidir em cima de meras suposições. 

Nas últimas 20 eleições o poder político (e financeiro) sempre estabeleceu, especialmente nos municípios,  o que é "noticia sabidamente inverídica". Mesmo diante de fatos concretos, irrefutáveis, juízes  mal-intencionados censuraram ao longo dos anos a imprensa. Agora a coisa pode piorar. E muito.

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ASSUNTOS: censura, Depefakes, eleições 2024, juizes, justiça eleitoral, Manaus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.