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O goleiro Clóvis e o jogo da sua vida


Por Raimundo de Holanda

11/10/2020 21h11 — em
Bastidores da Política



A noite de sábado havia sido de vigília e a manhã de domingo despertara sombria no Hospital Delphina Aziz. Clóvis, o goleiro que voava atrás da bola e impedia  que ela batesse na rede, não estava - como chegou a ser divulgado pelo Clube Rio Negro e  repercutido pelo Portal do Holanda - entre os oito mortos por Covid  que apareceram anonimamente no boletim da Fundação de Vigilância Sanitária no final do dia. Em coma induzida, ele resiste e faz o jogo da sua vida. 

A confusão começou pela manhã, com  a notícia da sua morte no site do Clube. Mas era outro o Clóvis. O erro estava na emoção, nas noites mal dormidas dos amigos que o amavam. Sabiam tudo de Clóvis, menos que ele trataria a morte como tratou a bola, uma inimiga que tentava, mas não invadia sua área, não passava pelo território que ele magnificamente protegia em campo. 

Clovis está jogando magistralmente contra um virus cruel que invadiu  seus órgãos vitais, mas não  lhe roubou a vida. 

Os amigos oram por ele e a cada minuto vibram com sua capacidade de impedir que  essa bola viral apague a última chama  - a vida - que ele defende ferozmente. 

A toalha vermelha que ele usava em campo para afastar as energias negativas, vamos usá-la esta noite para energizar seu corpo, sua mente e seu espirito. Essa batalha também é nossa.   

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.