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O Dia do Juízo Final para Bolsonaro na CPI não aconteceu


Por Raimundo de Holanda

25/06/2021 19h10 — em
Bastidores da Política


  • Se alguém queria pegar Bolsonaro e sua turma com a "boca na Botija", deveria ter esperado um pouco mais. A denúncia dos irmãos Miranda pareceu vazia e sua consistência, se havia, derreteu e ajudou a tirar de cena, estrategicamente e sem dolo, os supostos delinquentes.

A sexta-feira, que prometia ser o Dia do Juízo Final para Bolsonaro, terminou sem que a CPI da Covid demonstrasse, de forma clara e inequívoca, o envolvimento do presidente em ato de corrupção. Sequer faz sentido a acusação de peculato sobre sua suposta omissão em determinar que a Polícia Federal apurasse denúncia de superfaturamento na compra da vacina da Covaxin. Mas que compra ? O  negócio nem foi concluído.

Não existe fato, base concreta, para qualquer acusação contra o presidente. E, olhem:  não gosto dele, pelo mal que representa para o país, pelo retrocesso político, pelas ameaças constantes à democracia, pelo atraso social que seu governo representa, pelo seu linguajar chulo, pela sua   ojeriza à verdade e a imprensa livre.

Mas, convenhamos, o depoimento dos irmãos Miranda  não trouxe nada de substancial.

Se havia um processo de corrupção em andamento, não foi consumado. Mesmo considerando o passivo das empresas envolvidas na transação, o negócio, se não era republicano, está parado e parado vai ficar.

Na verdade, se alguém  queria pegar Bolsonaro e sua turma com a "boca na Botija", deveria ter esperado.

A denúncia dos irmãos Miranda pareceu vazia e sua consistência, se havia, derreteu e ajudou a tirar de cena, estrategicamente e sem dolo, os supostos delinquentes.

Na prática, o que os irmãos Miranda fizeram foi anunciar  um assalto que haveria no dia seguinte. Claro que depois desse aníncio nenhum aloprado se arriscaria a tal proeza.

Numa sessão tumultuada ficou a impressão de que Bolsonaro e sua turma ganharam um round, ao contrário do que muitos andam espalhando por aí, inclusive a chamada "imprensa profissional”, que está sendo menos profissional e muito parcial em relação ao depoimento dos Miranda

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.