O adversário que ameaça David
- David não terá Bolsonaro, e se tiver Wilson Lima do seu lado, será pela metade.
Com o fim da especulação da entrada do prefeito David Almeida no PL e a confirmação de Alberto Neto como pré-candidato pelo Partido Liberal, o jogo sucessório fica aberto.
Bolsonaro vem a Manaus em maio. A intenção do ex-presidente, enrolado em várias denúncias de golpe, fraude em carteira de vacinação e com os filhos também alvos de investigações, é medir sua popularidade e usá-la para catapultar a candidatura de Neto. Mas com todo esse cenário sendo redesenhado, o maior adversário de David é outro. Não é Amon Mandel, que aparece bem nas pesquisas e domina as redes sociais. O maior adversário de David é ele mesmo.
O prefeito optou pelo isolamento e perdeu apoio político na Câmara de Vereadores. Precisa reorganizar sua base e fortalecê-la. Política se faz com grupos, um exército que se espalha na cidade e conversa com os eleitores.
Para quem está no exercício do cargo e busca a reeleição, não pode prometer. Tem que realizar e o contato com o eleitor deve ser direto, fora da academia, na rua, sol a sol, ou chuva a chuva, incansavelmente, nos barrancos que desabam, junto aos desabrigados, levando apoio e esperança.
David não terá Bolsonaro, e se tiver Wilson Lima do seu lado, será pela metade. O governador vai fazer o jogo que lhe interessa - apostar em dois pôneis, ou três, para comemorar o que chegar no final da corrida e se apossar dos méritos dessa vitória.
Para quem acha que Wilson aprendeu pouco de política, se engana. Ele agora sabe jogar as cartas…
O que ainda favorece David é que ele tem uma máquina poderosa nas mãos, que precisa ser usada com mais inteligência. Uma máquina que dispõe do mecanismo para lançar pedras e derrubar os gigantes que ameaçam sua permanência na prefeitura. David tem juventude, vigor. Tem a cidade com a qual precisa conversar, mas o voto é uma concessão do eleitor. É bom nunca esquecer disso.
ASSUNTOS: amom mandel, Bolsonaro, David Almeida, Wilson Lima
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.