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Nova eleição, novo governo, novo Parlamento. Por que o Amazonas não decola ?


Por Raimundo de Holanda

02/01/2022 18h26 — em
Bastidores da Política



Estamos  a 8 meses da escolha de um novo presidente, de um senador pelo Amazonas e do governador do Estado, de oito deputados federais e 24 estaduais. A cada eleição, renasce a esperança de mudanças, senão de nomes, da atitude daqueles que representam o cidadão nos governos e nos parlamentos. Mas as decepções remontam há décadas.

Os  políticos reinventam o discurso a cada 4 anos, mas a prática é outra.  Vencida a eleição, o eleitor é descartado, as promessas de mudanças contidas em programas improvisados de governo são esquecidas. O eleitor se sente traído.  Pior, desamparado por politicas públicas que visam muito mais os ricos do que os pobres - a maioria do eleitorado.

No caso específico do Amazonas, o abandono da população é nítido. A Zona Franca de Manaus começou empregando muita gente - 150 mil somente no distrito industrial. Mas à medida que o tempo passava, o mundo também mudava.

Veio a globalização, novas tecnologias, a internet pondo  fim a milhares de empregos. Mas as grandes multinacionais, com menos mão-de-obra, menos encargos sociais, passaram a faturar mais, beneficiadas com generosos incentivos fiscais.

Mesmo assim, os políticos  insistem em um modelo que beneficia os ricos. E, embora necessário porque não criaram alternativas de desenvolvimento capaz de substitui-lo, não apontam caminhos para o futuro, agora cercado de incerteza.

O problema do Amazonas - e de resto do País - é que os políticos mentem descaradamente. Já mentiam nos  anos anteriores, mas mentir agora, sob o escudo das redes sociais e aplicativos  de celulares, ficou mais fácil. Pior é que mentem com tal cinismo que a verdade passa a ser vista com grande suspeição e desprezo.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.