Fui convidado a participar da solenidade de formatura de alunos do curso de jornalismo da Universidade Nilton Lins. Tinha muito a dizer a eles: que estavam dando apenas um passo ao terem acesso ao diploma. Que aqui fora há uma guerra por espaço, uma luta onde a maioria fracassa e termina nos UBES da vida, em cima de quatro rodas, onde sonhos são cancelados.

Mas que também há uma fórmula para o sucesso: a leitura, diária e permanente. A leitura é o elixir da profissão.

Nunca como agora foi tão necessário ler, ouvir, buscar incessantemente o conhecimento, que também reside em aprender a ouvir opiniões diferentes sem se opor a elas, ser resiliente e, acima de tudo, buscar a verdade.

Mas não estava lá, por motivos alheios à minha vontade.

A Nilton Lins é produto do sonho de um professor que foi embora muito cedo e passou para os filhos, ainda muito jovens, a missão de concluí-lo.

E ali, como em tudo na vida, havia uma fórmula, que Niltão, como era carinhosamente conhecido, teceu naqueles jovens filhos para que levassem à frente seu legado: a união.

Dez anos depois de sua partida precoce, aos 51 anos, a faculdade ganhou status de Universidade pelo MEC e hoje é uma instituição privada de respeito, formando milhares de profissionais em diversas áreas do conhecimento.

Tenho o privilégio de ser amigo de Niltinho, de Gisele e da professora que esteve ao lado dos Lins desde o início da instituição: Karla, vice-reitora, uma mulher exigente, implacável na defesa da ética, mas ao mesmo tempo generosa.

O maior segredo do sucesso da Universidade Nilton Lins é a falta de ambição pessoal dos irmãos que a comandam, da fuga das intrigas, que fatalmente os levaria  a destruir um legado.  

Mas também é consequência da boa ambição, aquela que é produto da união do sangue para transformar  o sonho do pai em realidade. É, acima de tudo,  consequência de uma luta para fazer história. Niltão, onde quer que esteja, deve estar feliz e orgulhoso dos filhos.