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Manaus tenta costurar suas feridas


Por Raimundo de Holanda

06/04/2017 20h29 — em
Bastidores da Política



A chuva deu trégua para a cidade se recompor. Machucada pela enxurrada, Manaus trabalhava nesta quinta-feira para sair da UTI. O esforço foi gigantesco e paciente. Paciência das pessoas espremidas dentro de carros que não conseguiam circular. O prefeito Marcos Rotta segurou a onda onde pode. Mas a cidade estava cheia de feridas - suas artérias principais explodiram gerando um gigantesco caos. No final da tarde alguns ferimentos haviam sido costurados, mas sem a segurança de que não explodiriam outra vez diante de nova tempestade. O castigo foi grande e virão outros, caso a chuva continue. 

A MP 757 É BOA. E RUIM...

Quem foi à audiência pública para debater a MP 757, que cria duas taxas administrativas na Suframa, saiu da Assembleia Legislativa com a sensação de ter ouvido mais de 100 pessoas ‘falarem em círculo’, sem chegar a nenhuma conclusão definitiva sobre o que fazer para evitar um problema que é certo.  Todos concordaram que a Taxa de Controle de Incentivos Fiscais (TCIF) e a Taxa de Serviços (TS), criadas pela MP vão onerar os custos na Zona Franca e que é preciso que o saldo da arrecadação fique na Suframa para investimentos na região. Só falta o voluntário para ‘colocar o guiso no pescoço do gato’.

O TEXTO IDEAL,SEGUNDO REBECCA
 
A superintendente Rebecca Garcia disse que a Suframa está fazendo a sua parte, que é encontrar o texto ideal para a MP 757, e para isso já fez pelo menos dez simulações de textos encaminhadas para a senadora Vanessa Grazziotin, relatora da matéria. Para Vanessa, o texto ideal é o que contemple o comércio, a indústria, a agropecuária e o poder público. “Precisamos ter o mínimo para garantir a instituição, e o excedente para investimentos não é mau visto pelos empresários, desde que retorne para a região”, disse.

FEDERAIS SUMIRAM

Com exceção de um parlamentar de Roraima, os deputados federais dos demais estados abrangidos pela Suframa na região Norte praticamente viraram as costas para a audiência da Aleam que debateu ontem a MP 757 e o desenvolvimento regional.
Os oito representantes da bancada amazonense alegaram “incompatibilidade de agendas” e pediram à senadora Vanessa Grazziotin (PCdo), promotora do evento, que marcasse uma nova audiência sobre a MP em Manaus.
 
 A GUERRA DE ALFREDO

O deputado Alfredo Nascimento começou uma ‘guerra’ particular pela conclusão da BR-319, que ele não conseguiu realizar quando foi ministro e senador aliado de Lula e Dilma. Agora quer dar uma de ‘cabra macho’ exigindo do presidente Michel Temer que resolva a questão na ase do decreto ou de uma MP. A fórmula é tão simples que não dá nem pra acreditar: dispensar de licenciamento ambiental a construção de quaisquer rodovias do país.

FORÇA MILITAR
 
Durante homenagem antecipada ontem pelo Dia do Exército Brasileiro, comemorado em 19 de abril, o comandante militar da Amazônia, general Geraldo Miotto destacou a importância da força militar na região. São 21 mil soldados, com 24 pelotões e 9,5 mil homens guarnecendo os ‘bordos da fronteira’, não só fazendo a defesa nacional, mas a segurança da população. “Protegemos os nossos índios, os nossos ribeirinhos, que são brasileiros muito mais do que nós, pois estão aí há tento tempo, persistindo na sua missão de ocupar o nosso território nacional.”

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ASSUNTOS: buracos, chuvas, Manaus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.