A guerra acontece aqui ao lado
- Parte dessa reação dos brasileiros em defesa de Israel é também resultado da informação seletiva da imprensa do País, que vem mostrando apenas um lado do conflito:“Israel foi atacado e está revidando”…
- O que Israel está fazendo com apoio de europeus e norte-americanos é um ato de terrorismo, pois visa o massacre de ao menos 2 milhões de palestinos. Nesse aspecto, se nivela ao Hamas.
O ataque do Hamas e a reação desproporcional de Israel parece que foi ou está ocorrendo aqui ao lado. De alguma forma esse conflito mexe com os brasileiros, especialmente os evangélicos. Há um fundo religioso nisso tudo - a “Terra Prometida”, o “Povo de Deus” - versão um tanto fantasiosa contida em um livro que é o mais lido em todo o planeta. Mas mexer na questão religiosa é uma provocação imperdoável e muito provavelmente provocaria uma discussão sem fim.
Não é momento para isso. Mas parte dessa reação dos brasileiros em defesa de Israel é também resultado da informação seletiva da imprensa do País, que vem mostrando apenas um lado do conflito:“Israel foi atacado e está revidando”.
Deve revidar, mas proporcionalmente aos prejuízos provocados em seu território.
O que Israel está fazendo com apoio de europeus e norte-americanos é um ato de terrorismo, pois visa um massacre de ao menos 2 milhões de palestinos. Nesse aspecto se nivela ao Hamas.
Esse massacre, que já começou, precisa ser contido urgentemente.
Por enquanto, em linguagem cifrada, as potências europeias e os EUA não fazem outra coisa a não ser apoiar a invasão da Faixa de Gaza mesmo cientes do número de baixas que esse tipo de incursão pode provocar.
É preciso condenar o Hamas pelo atentado a Israel e exigir a punição do grupo, mas apoiar Israel por um ataque maciço à Faixa de Gaza a pretexto de matar membros do Hamas coloca em risco a vida de 2 milhões de pessoas. E, a se confirmar, será uma ação terrorista. Apoiá-la, como estão fazendo americanos e europeus, é ser cúmplice de um massacre.
ASSUNTOS: Ataque a Gaza, Gaza, Hamas, Israel, Palestinos
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.