Governador do Amazonas, Wilson Lima, procurado
Adolescentes, para não contrariarem os pais e irem ao encontro de amigos, fazem planos de fuga durante a noite e retornam sorrateiramente na madrugada. Maridos infiéis, também; presidiários têm insônia de tanto pensar em como escapar para a liberdade. Mas o que motivou o governador do Amazonas, Wilson Lima, a sair furtivamente do Estado, sem nenhum comunicado, mantendo em segredo uma viagem na qual a família o acompanha?
Impedir que seu vice, Carlos Almeida, assumisse interinamente o governo e determinasse uma limpeza ética, que Wilson constrangidamente desfaria na semana seguinte, assumindo um desgaste que cresce a cada dia e empurra seu governo para o abismo.
Nada de anormal para um governador sabidamente disfuncional, mas do ponto de vista legal é uma supressão de direitos de seu vice, assegurados pela Lei Maior do País.
O destino do governador, até esta sexta-feira, era um mistério.
Fora seu assessor, amigo e confidente, o "Bonatinho", que mesmo sem cargo relevante no governo faz o papel de primeiro-ministro, ninguém mais sabia dizer o paradeiro do governador. Mas Bonatinho é um caso atípico de assessor especial, com muito poder. Que tem bico, mas não abre. Portanto, o ministério continua…
O certo é que Wilson apareceu na madrugada de quinta-feira no aeroporto, e, como diz o "caboco, “se mandou”. Bom seria se não voltasse. Mas vai voltar contando outra história…mal contada.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.