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Eleitor vai votar pelo estômago em 2022, o que pode favorecer Bolsonaro e aliados nos Estados


Por Raimundo de Holanda

06/12/2021 19h32 — em
Bastidores da Política



O ano eleitoral está prestes a começar e a pauta política será o jogo de sempre: promessas, ilusões, mentiras. O eleitor sabe que é capaz de decidir o jogo político. O que não pode, e isso é histórico, é controlar o governo. Sua importância termina quando as urnas se fecham. É quando os políticos tiram as máscaras e iniciam o jogo não combinado. Foi sempre assim e isso não vai mudar nunca.

Mas o eleitor começa entender como funciona a cabeça dos políticos. Agora as pesquisas apontam que ele quer emprego, mudança na economia, renda, educação.

Segurança, que sempre esteve no topo das demandas dos eleitores, agora caiu para baixo, porque também e infelizmente, ele, o eleitor, acostumou-se a violência.

Por essa razão é muito provável que Jair Bolsonaro não esteja  tão fora do páreo como muitos afirmam - terá recursos para bancar o Bolsa Brasil e dinheiro em caixa para oferecer a um grupo cada vez maior de brasileiros - os negativados, com nome no SERASA.

Nem Wilson Lima pode ser descartado. O governo do Amazonas começa a distribuir  o Cartão Cidadão, ranchos para os mais pobres. Wilson conta ainda com o apoio de Bolsonaro e muito provavelmente terá ao seu lado o prefeito David Almeida.

A pauta política já está nas redes sociais, nos blogs governistas, no agente público transformado precocemente em cabo eleitoral na busca de manter o status quo.

Como o brasileiro tem fome (e quando pensou em uma mudança radical se deu mal),  vai votar pelo estômago e aí reside a vantagem da dupla Bolsonaro-Wilson Lima.

Como mudar esse quadro ? Difícil em um paíís pobre, com educação precária.

Se a informação já chegava truncada há quinze anos, quando não existia internet, agora chega fantasiada de verdade. E chega onde nunca chegou em cerca de 350 anos de história de Manaus, a capital do Amazonas: no aparelho celular pré-pago da dona de casa.

A pauta politica será controlada a partir das  redes sociais e contará o número de engajamentos, assim como de robôs. Resta aos candidatos de oposição criatividade, que a maioria não tem. E capital político, que no Amazonas apenas Amazonino Mendes ainda  conserva.

Mas para evoluir num quadro em que a batalha tenha iniciado,  mantendo o favoritismo pré-eleitoral, Amazonino dependerá de alianças, da renúncia de alguns a apegos e ambições pessoais, desprendimento e amor ao Estado, que falta a quase todos os pré-candidatos.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.