Compartilhe este texto

Desigualdade criminosa no Norte e Nordeste


Por Raimundo de Holanda

06/08/2023 22h42 — em
Bastidores da Política


  • A desigualdade predominante no Norte e Nordeste é consequência da omissão criminosa de seus governantes. Afinal, a pobreza é também um ativo valioso nas mãos de políticos inescrupulosos .Ou o Nordeste não teria ajudado Lula a se eleger presidente pela terceira vez.

A reforma tributária vai incendiar o País e colocar em xeque o sistema  federativo, tal como o conhecemos. A fala do governador de Minas, Romeu Zema,  defendendo o protagonismo econômico dos 7 estados das regiões  Sul e Sudeste, que segundo ele representam 56% dos brasileiros,  é apenas o caminho por onde essa pólvora começa a queimar, com consequências políticas imprevisíveis. 

A fala de Zema provocou reações dos governadores do Norte e do Nordeste, cujo discurso é antigo: “desigualdade regional e pobreza”, e para os quais “as declarações de Zema são “segregadoras”, dando início a  tensionamentos com suas regiões.  

Mas a desigualdade predominante no  Norte e Nordeste é consequência da falta de  visão política e da omissão criminosa de seus governantes. A consequência é a pobreza extrema, que se afeta famílias, provoca fome , desemprego e êxodos, cria uma dependência crônica da intervenção do estado e beneficia a classe política, com currais eleitorais que perpetuam famílias no poder. 

Vejam o caso do Amazonas, onde um projeto de desenvolvimento criado para durar 30 anos - de 1967 a 1997 - tempo para ser substituído ou revitalizado, de forma a gerar menos dependência de incentivos fiscais - foi sendo prorrogado pela classe política e já é sexagenário, com data para se extinto, sem ter cumprido seu papel de eliminar as desigualdades. 

Como Zema disse, a primeira vitória dos estados do Sul e Sudeste  na reforma tributária foi impedir que Norte e Nordeste tivessem participação igual no conselho de federativo, a ser criado. “Nós falamos não senhor, nós queremos proporcional à população”.

Criado o problema, caberá ao governo Lula administrar, porque  a pobreza é também um ativo político, ou Lula não teria sido eleito presidente com os votos do Norte e Nordeste , onde se concentram os auxílios eleitorais do governo do PT e dos descendentes  das castas políticas que governam os estados dessas regiões por  mais de meio século.

Siga-nos no

ASSUNTOS: undefined

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.