Convenções: Arthur foi indelicado ao não citar Amazonino em seu discurso
A convenção do PSDB/Cidadania poderia ter sido uma festa da democracia, porque esta pressupõe união coletiva em torno de objetivos comuns. Mas o que seu viu foi um deliberado distanciamento do candidato ao Senado, Arthur Virgilio, do candidato ao governo, Amazonino Mendes. Arthur é uma pessoa inteligente, inegavelmente preparado, mas peca por se considerar o centro de gravidade do momento eleitoral. Seu comportamento - ele ignorou Amazonino durante um discurso em que só falou de si mesmo - apenas revelou o tamanho de um ego que não é só prejudicial para ele, mas para o grupo no qual há outras pessoas com o mesmo projeto de poder político.
Amazonino, ao contrário, não deixou de elogiar Arthur.Falou da trajetória do ex-prefeito e do tamanho de seu prestígio. Humilde e inteligente, Amazonino talvez não precise das companhias que tem atualmente para chegar ao segundo turno.
Já a Convenção do PT, no Sindicato dos Metalúrgicos, mostrou um partido que empurrado por conveniências - anda dividido em torno do apoio ao candidato do PMDB ao governo do Amazonas, senador Eduardo Braga.
Publicamente, uma divergência - de Sassá da Construção. Nos bastidores, mais dissidência se bandeando para o lado do governador Wilson Lima.
A presença de Lula em Manaus nos próximos dias deve desatar alguns nós dessa aliança e domar alguns petistas ainda renitentes. Afinal, Braga é um candidato competitivo, tem um histórico de realizações como governador, ministro das Minas e Energia e senador da República.
Outras convenções vêm por aí, como a do União Brasil, do governador Wilson Lima, cujo vice ainda é desconhecido, mas sairá de indicação do prefeito de Manaus, David Almeida.
Nem todos os pilotos assumiram seus assentos, mas os motores estão sendo esquentados para a grande largada de 2 de outubro.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.