Comércio pode fechar em Manaus. O recuo do recuo desmoraliza governador
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30/12/2020 21h27 — em Bastidores da Política
- Onde estavam os MPs e as Defensorias do Estado e da União quando as decisões foram tomadas e ao mesmo tempo revogadas em razão das manifestações do dia 28? Ah, tinham que ser provocados, pois assim funcionam. Mas não foram provocados agora quando colocam o governador na roda e o obrigam de certa forma a mudar novamente as regras de um jogo onde todos estão perdendo.

A “recomendação" dos MPs e das defensorias do Estado e da União para que volte a valer os termos do primeiro decreto de restrição a atividade não essencial, diante do avanço do coronavírus, é importante à medida que alerta para o saturamento da rede hospitalar e de novos casos de coronavirus. Mas desestabiliza de vez um governo já fraco, que não resiste a um protesto da população e não vai resistir a uma "recomendação" que é mais um ultimato dos órgãos de controle para mudar novamente as regras de restrição ao funcionamento do comércio.
O que vai resultar de um provável recuo do recuo do governo, é um Estado sem governo e o caos. Tudo o que não se deseja, mas tudo o que está sendo construído agora.
O grande problema do governo Wilson Lima é o improviso, não a ideia, o conteúdo. Era correto o primeiro decreto, com exceção das academias consideradas atividade essencial pela "bondade" de algum assessor do governador com um pé na estação de musculação, sem atentar que o governo está manco, com estiramento muscular e sofre de esclerose múltipla. Que o momento exigia um mínimo de seriedade, de discussão com esses mesmos órgãos que hoje querem que o governo recue do recuo.
Onde estavam os MPs e as defensorias do Estado e da União quando as decisões foram tomadas e ao mesmo tempo revogadas em razão das manifestações do dia 28? Ah, tinham que ser provocados, pois assim funcionam. Mas não foram provocados agora quando colocam o governador na roda e o obrigam de certa forma a mudar novamente as regras de um jogo onde todos estão perdendo.

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.