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Bolsonaro mostra que manda no Exército e que pode chamar de seu


Por Raimundo de Holanda

03/06/2021 19h04 — em
Bastidores da Política



Ao dobrar o general Paulo César Nogueira, comandante da maior força militar do País, para que admitisse publicamente que Eduardo Pazuello, ao subir em palanque politico e discursar para grupos de ultradireita não cometeu indisciplina ou violou o código militar, o presidente Bolsonaro passou a ter autoridade para chamar essa força de “Meu Exército”.

Essa história de que o Exército brasileiro serve  à democracia e ao País se transformou, nesta  quinta feira, com a divulgação da decisão do comando militar, em uma indigesta piada. Além de estimular, perigosamente, a indisciplina nos quartéis.

O Exército está mais propenso a servir aos propósitos de um homem que quer submeter a democracia aos seus caprichos, calar a oposição, banir eleições livres, transparentes e democráticas. Se considerar que, ao fazer essa opção, está servindo ao País, o comando do Exército comete um erro histórico.

Bolsonaro  acabou  de colocar o Brasil com um pé em um passado de dor, de supressão de direitos fundamentais, de prisões arbitrárias, da negação dos valores da democracia. 

Só apoia um governo com chancela dos militares quem não conheceu os anos de chumbo, nem sofreu com perseguições, nem teve a casa invadida, os pais levados para cativeiros e  submetidos a mais cruel tortura.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.