O papel da imprensa brasileira na cobertura da crise política será debatido por jornalistas, historiadores, professores e estudantes de jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) na próxima sexta-feira (8). O evento “Jornalismo e Democracia” ocorrerá de 9h às 12h no auditório Rio Alalaú, da Faculdade de Educação (Faced), e faz parte das atividades comemorativas do Dia do Jornalista (7 de abril). A inciativa é do curso de Jornalismo da Ufam, e do Laboratório de Estudos Avançados de Jornalismo na e sobre a Amazônia (Labjam).

A cobertura jornalística dos fatos relacionados à crise política estará no centro do debate. “O jornalismo nas democracias tem a função de dar aos cidadãos informações para que estes possam tomar decisões esclarecidas e se autogovernar. O debate tem o objetivo de analisar como a nossa imprensa tem desempenhado essa missão na atual conjuntura política”, diz o professor do curso de Jornalismo da Ufam e coordenador do Labjam, Allan Rodrigues.

Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Amazonas, Wilson Reis, a atuação de alguns veículos de comunicação tem despertado preocupação com a imparcialidade da cobertura. “A crise política e econômica brasileira colocou o jornalismo no olho do furacão e setores da mídia assumiram o papel de oposição ao governo federal. A cobertura política com os vazamentos seletivos, as análises tendenciosas sem o espaço ao contraditório está acabando com a imparcialidade no jornalismo”, afirma.

Pesquisadores de outras áreas do conhecimento participarão dos debates sobre a cobertura da crise. “O embate político que o país vive, que tem na mídia um de seus enunciadores, é um embate de narrativas. É na linguagem que essa correlação de forças toma forma e ganha sentidos”, explica o doutor em linguística na área de análise do discurso, Sérgio Freire. O historiador e coordenador do Laboratório de História da Imprensa da Ufam, Luís Balkar, também participará das discussões do evento.