Encontro vai reunir mais de 100 lideranças amazônicas para discutir biodiversidade
Um encontro para debater como a economia pode conviver com a floresta amazônica em pé e distribuição de renda justa vai reunir, a partir desta segunda-feira (18), mais de 100 lideranças amazônicas.
Denominado de Encontro Amazônico da Biodiversidade, o evento vai até o dia 20 e acontecerá em Belém (PA) e está sendo organizado pelo Conselho Nacional do Seringueiros (CNS), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e outras organizações de povos e comunidades tradicionais.
O encontro vai ocorrer simultaneamente ao Fórum Mundial da Bioeconomia, também sediado em Belém e organizado em colaboração com o governo do estado do Pará.
Para o assessor político da Coiab, Toya Machineri, a discussão de bioeconomia enquanto solução para o desenvolvimento da Amazônia atinge diretamente seus povos e comunidades tradicionais – que hoje tem sob sua tutela cerca de 30% do território amazônico.
De acordo com ele, sem terem sua participação integrada à construção e realização do Fórum Mundial, os movimentos sociais entendem que a discussão pública não pode avançar sem sua atuação e envolvimento. Por isso irão realizar o Encontro Amazônico da Sociobiodiversidade.
“Nós, povos indígenas e populações tradicionais, já promovemos a sociobiodiversidade há milênios, através de nossa relação com a floresta e com nossos territórios. É fundamental que a nossa atuação e importância seja reconhecida e fortalecida a partir de nossos conhecimentos. Estamos promovendo esse evento para criar um espaço de discussão e marcar nossa posição nesse debate sobre bioeconomia”, enfatizou Toya.
Julio Barbosa, presidente do CNS.
Para Júlio Barbosa, presidente do CNS, o desenvolvimento da Bioeconomia não deve ser feito de forma isolada e que deve estar inserida num contexto mais global, com a participação de todos os atores envolvidos, em especial das populações tradicionais que, além de ter o conhecimento, têm conservado estes sistemas florestais ao longo dos tempos.
Ao final do encontro, será redigida a Carta da Amazônia com as recomendações dos povos tradicionais para a necessária transição econômica.
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