Combate às doenças que acompanham enchente é ampliado

O combate à proliferação de doenças infecciosas transmitidas por água ou alimentos contaminados no período das chuvas começou a ser intensificado pela Prefeitura de Manaus nas zonas mais afetadas de Manaus. A ação começou na manhã de segunda-feira, 18, com uma equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS) Megumo Kado percorrendo ruas, becos e palafitas do bairro Educandos, na zona Sul, para levar orientação às pessoas que vivem nessas áreas a fim de sensibilizá-las para os riscos que o período traz.
As doenças de ocorrência mais comuns nesta época são a leptospirose, a hepatite A e E, a febre tifóide, o cólera, doenças diarreicas (por escherichia coli, shigella, salmonella) e dermatites. “As ações educativas são uma forma de alerta às comunidades sobre os cuidados necessários para que se evite o aumento nos registros de contaminações no período da cheia”, salientou o secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão Neto.
“As equipes abordam os moradores com material didático contendo informações sobre as formas de contaminação, além de realizar a distribuição de hipoclorito de sódio para cloração de água do consumo humano e soro oral para casos suspeitos de doenças. Outro cuidado observado pelas equipes é a atualização da situação vacinal (antitetânica, hepatite B, tríplice viral e febre amarela) das pessoas em área de risco”, destacou o secretário.
Há em Manaus mais de dez bairros da orla que são observados por apresentarem risco de subida máxima do nível dos rios e concentrarem maior possibilidade de incidência das doenças. Entre eles, São Jorge e Santo Antônio (zona Oeste), Educandos, Cachoeirinha, Raiz, Betânia, Presidente Vargas, Aparecida e Centro (zona Sul), além de Mauazinho e Colônia Antonio Aleixo (zona Leste) devem ser os mais afetados com a cheia.
“Realizamos esse trabalho todos os anos na zona Sul, pois é muito comum que essas doenças se manifestem com maior intensidade graças ao acúmulo de lixo causado pelo aumento do nível de água dos rios e, ainda, pelo acesso à água contaminada, muitas vezes utilizada pela população para banho ou mesmo para consumo. Nossa missão é alertar as comunidades sobre os riscos e indicar para que elas busquem a unidade de saúde caso apareçam sintomas das doenças mais comuns da época”, ressaltou a diretora da UBS Megumo Kado, Cleyse Santana.
Quadro de doenças em 2015
Em Manaus, o período é de observação para a Secretaria Municipal de Saúde e os levantamentos dos primeiros quatro meses de 2015 mostram que não houve alteração no padrão epidemiológico das doenças de veiculação hídrica. Os casos de diarreias, por exemplo, que têm um número máximo esperado de cerca de 2 mil casos /mês para o período, atingiram um registro em torno de 1,8 mil casos/mês.
Houve redução quanto às hepatites A e E, em que os casos notificados e confirmados da doença caíram em 44,6% e em 46,1%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano anterior. Situação semelhante com a leptospirose em redução de 10,3% nos casos confirmados.
Fotos: José Nildo

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