Manaus/AM - Fabíola Rodrigues Pinto de Oliveira,  31, viúva do advogado Wilson Justo Filho, chorou muito ao ouvir a sentença finalmente sendo proferida pelo juiz Juiz Celso di Paula, após o júri popular decidir condenar o ex-delegado Gustavo Castro Sotero por homicídio qualificado e lesão corporal, culminando na pena de 30 anos e 2 meses de prisão, além da perda do cargo.  O julgamento foi encerrado após dois dias, nesta sexta-feira (29),  no Fórum Henoch Reis.

Wilson Justo Filho, 35, foi morto a tiros no dia 25 de novembro de 2017 na casa de shows Porão do Alemão, na zona Oeste de Manaus, pelo então delegado Gustavo de Castro Sotero, que também atingiu outras pessoas a tiros, incluindo Fabíola.

Em depoimentos ao júri, Fabíola precisou relembrar exaustivamente detalhes do crime que tirou a vida do marido e também a deixou baleada. Em conversa com a imprensa, ela disse: "Vou mostrar pras minhas filhas que eu fui uma guerreira, que fiz tudo o que poderia fazer pra que a Justiça fosse feita e quando elas forem adultas, elas vão saber o quanto eu lutei pelo pai delas, por mim, pela nossa família.".

Sobre a pena, ela acredita: "Eu acho que a Justiça foi feita, ele foi condenado.  Mas eu acho que a condenação ficou aquém do que realmente ele merecia". 

Com a voz embargada, Fabíola lamentou a perda irreparável do pai de suas filhas: "Eu espero conseguir seguir minha vida com as minhas filhas e nada vai trazer ele de volta. Nada. Então aqui eu não ganhei, eu só perdi. E é isso. Eu tô muito cansada, esses dias foram muito exaustivos, eu não consigo dormir, tô virada, era uma confusão na minha mente, todo o momento revivendo aquele momento, eu não conseguia dormir relembrando tudo, o momento que ele foi morto, sabe? E estou virada. E eu não queria tomar remédio porque eu não queria estar dopada pra receber essa notícia", finalizou, chorando muito.