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Biografia detalha trajetória de Hamilton, jovem do Caribe que ajudou a fundar os EUA

Por Folha de São Paulo

16/01/2021 6h06 — em
Mundo



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Alexander Hamilton, um dos chamados "pais fundadores" dos EUA, voltou a ter destaque nos últimos anos por conta de um musical da Broadway que conta sua história ao som de rap e hip-hop.

Esse musical, que estreou em 2015, foi inspirado na biografia feita pelo escritor americano Ron Chernow, lançada agora no Brasil pela editora Intrínseca.

Hamilton também voltou a ser debatido por ter sido um defensor do fim da escravidão. Ele não conseguiu vencer essa luta, mas ganhou muitas outras, graças também a alguns golpes de sorte.

A primeira delas foi para superar o abandono. Ele cresceu em Santa Cruz, uma ilha do Caribe, em meio a plantações de açúcar, movidas pela escravidão, e a um fluxo de navios de várias partes do mundo. Seu pai deixou a família e a mãe morreu quando ele tinha cerca de 10 anos —sua data de nascimento é incerta: historiadores debatem se ocorreu em 1755 ou 1757.

Mesmo em dificuldades financeiras, ele gostava muito de ler e escrever. Aos 17 anos, fez um relato marcante sobre um furacão que atingiu a ilha. Esse texto chamou a atenção e levou alguns homens ricos da região a lhe dar uma bolsa para ir estudar em Nova York, então uma colônia britânica.

Pouco depois de chegar a Manhattan, Hamilton se envolveu com o movimento separatista, primeiro com manifestos e discursos e depois com armas. Em seguida, se aproximou do general George Washington e se tornou seu ajudante de ordens.

Nessa função, ele escrevia as cartas de Washington e o ajudava a achar as melhores palavras para convencer políticos e soldados a seguirem em luta. O livro detalha a relação entre os dois, que era de grande confiança, mas de distância emocional.

Uma das principais dificuldades do movimento separatista era a falta de dinheiro para pagar e equipar os soldados. E Hamilton passou a estudar e a propor meios para resolver problemas como a inflação e a cobrança de impostos. Assim, enquanto lutava a guerra, ele já planejava como deveriam ser as instituições do país que surgiria após a independência.

Depois da vitória, Hamilton atuou como advogado e legislador e ajudou a escrever a Constituição dos EUA. Um dos principais debates era o quanto de poder deveria ficar com o governo nacional e quanta autonomia deveriam ter os estados.

Ele defendia o modelo federalista, com um governo central forte, e sabia que ter uma economia nacional vigorosa seria essencial para isso. Como primeiro secretário do Tesouro, investiu na criação de um banco público e em políticas para estimular o crédito a quem quisesse empreender, especialmente no ramo industrial. Esse modelo seria uma das bases do capitalismo adotado pelos EUA, que se tornaria a nação mais rica e poderosa do mundo.

Mas Hamilton não viu o país que ajudou a criar superar todos os outros nem abolir a escravidão. Ele foi morto em 1804, com estimados 49 anos, ao participar de um duelo.

A decisão impulsiva de resolver a tiros uma questão pessoal é apontada como uma consequência de dilemas psicológicos mal resolvidos. Hamilton era muito inteligente, galanteador e cheio de amigos, mas parecia carregar diversas mágoas do passado de pobreza e abandono.

ALEXANDER HAMILTON

Quando: R$ 99,90 (896 págs.)

Autor: Ron Chernow

Editora: Intrínseca

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