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Comissão do Impeachment começa com bate-boca sobre pressão de Temer

Por Agência O Globo

03/08/2016 11h26 — em
Brasil



BRASÍLIA — A comissão especial do impeachment retomou nesta manhã os trabalhos em clima de bate-boca sobre a atuação do presidente interino, Michel Temer, para acelerar a data do julgamento final do impeachment para o dia 25 ou 26. O assunto foi levantando pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que chamou de "intervenção indevida" de Temer, citando seu jantar na residência do ministro do Gilmar Mendes e depois em almoço com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Lindbergh e o presidente da comissão, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), concordaram que quem marca a data é o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, que é o presidente do processo de impeachment.

— Almoça com o presidente da República e diz que vai antecipar? Que acordão é esse? O presidente do STF não vai aceitar esse tipo de chantagem. Pressão indevida de Michel Temer — disse Lindbergh, lendo matérias de O GLOBO sobre .

A oposição vai reclamar ao presidente do Supremo da pressão de Temer e do PMDB, em encontro às 19h desta quarta-feira. Lindbergh leu novamente a matéria de O GLOBO de Temer na residência do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, realizado na noite de segunda-feira. Temer disse que pediria a Renan a antecipação do julgamento, que inicialmente começaria dia 29, conforme anunciou o presidente do STF no sábado.

— Estou falando contra a intervenção indevida do vice-presidente Temer — disse Lindbergh.

— O senhor tem que reclamar com o Lewandowski e não com Temer. Pelo amor de Deus! — reagiu o líder do governo Temer no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

O senador Magno Malta (PR-ES) provocou os colegas petistas.

— Você fez isso dez vezes ontem, lendo a matéria de O GLOBO. Você está querendo tumultuar. E até a presidente Dilma disse que não aguenta mais — disse Magno Malta.

— Mentira!! — reagiram os petistas.

— Chame o Renan de mentiroso, então, porque ele disse em plenário que ela não aguentava mais — retrucou Magno Malta.

O presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), contou que esteve com Lewandowski e ele marcará a data depois do dia 9, quando será votado o segundo parecer pelo impeachment de Dilma.

— Estive ontem com o Lewandowski e ele disse que só depois da denúncia ele marcará a data, ou estaria fazendo juízo de valor antecipado — disse Raimundo Lira.

A sessão de hoje é para a discussão do segundoque pediu ontem a continuidade do processo e o julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff. Nos bastidores, os presidentes do Supremo, ministro Ricardo Lewandowski, e do Senado, Renan Calheiros, tentar fechar de comum acordo a data do julgamento e os procedimentos, para não haver vencedores e vencidos no processo.

Lewandowski e Renan se reúnem nesta quinta-feira, depois da votação do processo.


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