O cantor MC Poze do Rodo, que foi solto nesta terça-feira (3) após cinco dias detido no presídio de Bangu 3, no Rio de Janeiro, criticou a polícia por ter usado spray de pimenta para conter uma confusão na porta do presídio. 

Uma multidão aguardava a saída do MC quando formou-se uma confusão e a polícia precisou intervir com o uso de spray de pimenta.

Em declaração à imprensa logo após deixar a prisão, o funkeiro demonstrou indignação com a abordagem policial. “Eu sou artista, sou trabalhador. Saí agora do presídio e fui recebido com amor pelos meus fãs, mas a resposta foi spray de pimenta e bala de borracha na cara. Aí eu pergunto: eu é que sou o bandido?”, disparou.

Poze também apontou racismo e preconceito de classe como fatores por trás da repressão. “Por que isso acontece comigo? É porque sou preto? Porque venho da favela?”, questionou.

O cantor ainda criticou as constantes operações em sua residência, inclusive o cumprimento de mandado horas antes de sua libertação, desta vez contra a mulher, Vivi Noronha. “Meus filhos pequenos têm trauma da polícia. Quando veem viatura, choram. Eles estão assustados. Chega de invadir a minha casa. Quero paz.”

Ele reforçou que sua trajetória foi construída com trabalho e sem envolvimento com atividades ilícitas. “Conquistei tudo com suor, com meus shows. Não tem dinheiro sujo aqui. Mais uma vez ficou claro: eu sou artista. Parem de me perseguir. Parem de atacar quem me apoia.”

Sobre a atuação da polícia na recepção de seus fãs, Poze foi enfático: “Era para ser um momento de alegria, mas foi arruinado pelo tratamento da polícia. Gás, bala de borracha, bombas... Por quê? Que crime meus fãs cometeram? Onde tem traficante aqui? Quem está cometendo crime?”.