Herdeiros de Vinicius de Moraes receberão indenização milionária pelo AI-5
Os herdeiros do poeta, compositor e diplomata Vinicius de Moraes, deverão receber R$ 3,4 milhões de indenização da União, após um acordo feito na Justiça, 41 anos após a morte de um dos maiores artistas do Brasil. De acordo com a coluna de Ancelmo Gois, no jornal O Globo, o acordo foi feito na 28ª Vara Federal no Rio de Janeiro.
A reparação é referente à aposentadoria compulsória de Vinicius pelo ato da ditadura militar AI-5, que em 1968 o retirou dos quadros do Itamaraty. Ele foi um dos alvos do que ficou conhecido como a maior caça às bruxas do Itamaraty, que usou o Ato Constitucional nº 5 para perseguir funcionários cujo comportamento na vida privada afrontaria os “valores do regime”, como apontou reportagem de Bernardo Mello Franco, do jornal O Globo, em 2009.
Formado em Direito, ele ingressou no Itamaraty através de concurso público, em 1942, e serviu em Los Angeles (EUA), Paris (França) e Montevidéu (Uruguai).
Segundo a reportagem, a maior parte do dossiê secreto sobre Vinicius no Serviço Nacional de Informações, narra fatos sem importância, como a participação de shows e manifestos de intelectuais. A Comissão de Investigação Sumária colocou Vinicius entre os cassáveis ao classificá-lo como “alcóolatra’.
Trinta anos após a sua morte, ele foi reabilitado ao corpo diplomático brasileiro através da Lei 12.265 de 21 de junho de 2010, em que foi elevado ao cargo de ministro de primeira classe.
Outros cassados - Documentos também mostram que entre os supostos motivos para cassações de outros diplomatas estavam ideologias políticas divergentes do regime militar - "ligações com a esquerda" - e a homossexualidade.
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