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Tocha olímpica fará circuito por territórios franceses pelo mundo

Por Folha de São Paulo

17/04/2024 15h00 — em
Esportes



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após a cerimônia de acendimento da tocha olímpica na antiga Olímpia, na Grécia, a chama inicia uma trajetória de 101 dias até a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, em 26 de julho. Ao todo, cerca de 10,6 mil pessoas vão carregar a tocha símbolo dos Jogos, percorrendo 43 cidades na Grécia e 65 territórios franceses, incluindo seis ultramarinos, como a Guiana Francesa, vizinha do Brasil.

A chama foi acesa no berço das Olimpíadas modernas pela atriz grega Mary Mina, interpretando o papel de uma alta sacerdotisa. Ela foi passada então para o primeiro condutor da tocha, o atleta grego Stefanos Ntouskos, ouro no remo em Tóquio 2020.

O atleta levou a chama até o monumento em homenagem a Pierre de Coubertin, considerado o pai dos Jogos na era moderna. Na sequência, passou-a para a segunda condutora do revezamento, a ex-nadadora francesa e três vezes medalhista olímpica Laure Manaudou.

A chama olímpica embarcou então em um revezamento pela Grécia, contando com cerca de 550 condutores e passando por locais históricos como a Acrópole e a cidade de Maratona. O destino final em solo grego, no dia 26 de abril, será o estádio Panatenaico, em Atenas, local de nascimento dos Jogos modernos e onde ocorrerá a cerimônia de entrega da tocha aos anfitriões da edição deste ano.

A chama olímpica passará a noite na embaixada francesa em Atenas antes de embarcar no dia seguinte a bordo do navio Belém rumo a Marselha, com previsão de chegada em 8 de maio. Inicia-se a partir de então o revezamento por 65 territórios franceses.

Os organizadores traçaram uma rota que percorrerá pontos históricos do país europeu, passando por locais como Lascaux, no sudoeste francês, onde é possível encontrar pinturas pré-históricas nas paredes de cavernas, além da fortaleza medieval de Carcassone, em Occitânia, o Palácio de Versalhes e o vilarejo medieval Mont-Saint-Michel, na Normandia.

Vinhedos famosos como o Saint-Emilion, em Bordeaux, e o Chablis, em Borgonha, também fazem parte da rota, bem como locais de competição, como o complexo de tênis de Roland Garros e o Stade Yves-du-Manoir, em Colombes, que receberá as partidas de hóquei sobre grama.

Além disso, figuras icônicas da história francesa serão homenageadas ao longo do percurso --Joana d'Arc, heroína da Guerra dos Cem Anos, em Orléans (a 130 km ao sul de Paris), e a cantora Edith Piaf, em Paris, estão entre elas.

A chama olímpica cruzará o oceano Atlântico no veleiro Banque Populaire XI, bem como os oceanos Índico e Pacífico, para o chamado "Revezamento dos Oceanos", que chegará a seis territórios franceses ultramarinos: Guadalupe, Guiana Francesa, Martinica, Polinésia Francesa, Nova Caledônia e Ilha da Reunião.

Na Guiana Francesa, único território francês na América do Sul, a tocha começará sua jornada em Camopi, na fronteira brasileira, ao longo do rio Oiapoque. No local, haverá uma cerimônia indígena, seguindo para Saint-Laurent du Maroni, uma ex-colônia penal do século 18.

"São os Jogos mais descentralizados da história. Foi importante ter territórios ultramarinos cobertos, essa parte do revezamento será linda", declarou Amélie Oudéa-Castera, ministra do Esporte e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

No Dia da Bastilha, em 14 de julho, a tocha olímpica fará sua primeira incursão por Paris. Passará pela Champs-Élysées e seguirá rumo à praça Vêndome e ao Louvre.

A chama percorrerá ainda cidades ao redor da capital francesa como Château-Thierry, terra natal do poeta Jean de La Fontaine, e Étampes, uma antiga cidade real reconhecida como "Cidade da Arte e da História", com 26 monumentos tombados.

Por fim, no dia 26 de julho, a tocha chega a Saint-Denis, na região metropolitana de Paris, onde está localizado o Stade de France, que abrigará as competições de atletismo e rugby. Em seu trecho final, a tocha olímpica cruzará os canais entre Seine-Saint-Denis e Paris e seguirá às margens do rio Sena, onde está prevista a cerimônia de abertura dos Jogos.

"O revezamento mostrará a incrível diversidade do nosso país: patrimônio, paisagens, museus, artes cênicas, e, claro, seus habitantes", afirmou Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador de Paris-2024.

A chama olímpica foi acesa pela primeira vez na era moderna nos Jogos de Amsterdã-1928, com o início do revezamento a partir de Berlim-1936.

Nos Jogos de Atenas-2004, para celebrar o retorno dos Jogos Olímpicos ao seu país de origem, foi realizado um revezamento global da tocha, que cruzou os cinco continentes. A prática se repetiu durante Pequim-2008, mas, devido a protestos no percurso, os organizadores optaram por um roteiro reduzido por Grécia e Grã-Bretanha a partir de Londres-2012. O percurso reduzido pelo berço dos Jogos e o país-sede se repetiu na Rio-2016 e em Tóquio-2020.


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