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Ex-goleiro da Inter relembra título sobre Palmeiras

Por Folha de São Paulo

13/02/2025 11h00 — em
Esportes



SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Inter de Limeira e Palmeiras se enfrentam nesta quinta-feira (13), às 19h30, pelo Campeonato Paulista, no estádio Major Levy Sobrinho. O confronto remete à final do estadual de 1986, quando a equipe do interior surpreendeu o favorito alviverde e conquistou seu primeiro e único título estadual.

Naquela edição, a Inter eliminou o Santos na semifinal, enquanto o Palmeiras deixou o Corinthians pelo caminho. O São Paulo, então campeão de 1985, sequer avançou à fase decisiva.

A LEMBRANÇA DO GOLEIRO SILAS

Aos 68 anos, o ex-goleiro Silas, titular da Inter naquela decisão, hoje dá aulas para jovens em Ourinhos (SP). Campeão paulista pelo Santos em 1984, ele relembra um momento especial daquela final contra o Palmeiras.

"Uma das coisas que marcou muito foi que meu pai, já falecido, Atílio Carrere... Eu fiz meu pai chorar bastante (risos). Aquele italianão palmeirense, mas com certeza sei que ele torceu pelo filho. Isso me marcou muito. Jogar sabendo que seu pai e suas irmãs eram todos palmeirenses foi difícil", afirma.

O primeiro jogo da final, disputado no Morumbi, teve mais de 100 mil torcedores, majoritariamente palmeirenses. O técnico Carbone não conseguiu furar o bloqueio da Inter, e a partida terminou em 0 a 0.

Para Silas, mesmo com um time experiente e comandado por Pepe, a Inter enfrentava um favoritismo natural do adversário.

"O Palmeiras era favorito por jogar as duas partidas em São Paulo. Apesar de não ser no seu campo, a torcida era toda palmeirense. Mas depois do empate no primeiro jogo, ganhamos muita moral. Nosso time era muito bom, e aquele resultado foi muito importante."

A DERROTA E O IMPACTO PARA O PALMEIRAS

Na segunda partida, a Inter venceu por 2 a 1 e fez história como o primeiro clube do interior a conquistar o Paulista. Para os palmeirenses, a derrota aumentou o jejum de títulos, então já de 10 anos.

O ex-goleiro Martorelli, titular do Palmeiras naquela decisão, rejeita a ideia de que o resultado foi um "vexame".

"Não fomos nós que perdemos, eles ganharam. A Inter tinha a vantagem de 'não precisar do título', enquanto nós vivíamos a pressão emocional. Já estávamos sem títulos há 10 anos, e isso nos atrapalhou. Não concordo com o termo 'vexame'. Temos que colocar as coisas no contexto histórico. O Guarani, por exemplo, para ser campeão brasileiro (em 1978) passou por vários gigantes do futebol, assim como a Inter de Limeira."

Formado em Direito, Martorelli nesta quinta-feira (13) preside o Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo e o Sindicato Nacional dos Atletas Profissionais. Revelado pelo Palmeiras, defendeu o clube até 1989 e teve grande desempenho no Paulista de 1986.

"Fui o goleiro da Seleção do Campeonato Paulista de A Gazeta Esportiva, que, para quem é da época, sabe da importância disso. Contra o Corinthians, no Pacaembu, recebi nota 9 do Cláudio Carsughi, que era um comentarista muito criterioso."

A FESTA EM LIMEIRA

Se no Palmeiras o clima era de frustração, em Limeira a festa foi histórica. A conquista inédita mobilizou a cidade, como lembra Silas.

"Quando chegamos em Limeira, a recepção da torcida foi algo marcante. Houve festa por toda a cidade. Ser o primeiro clube do interior campeão paulista marcou muito."

Inter de Limeira e Palmeiras voltam a se enfrentar nesta quinta (13), mas o cenário é completamente diferente. Para os torcedores, o duelo sempre trará lembranças daquela final histórica de 1986.


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