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Hora de Decidir


Por Flávio Lauria

01/10/2024 17h27 — em
Espaço Crítico



Neste domingo, o eleitorado brasileiro, e especificamente o amazonense, decide seus governantes municipais e seus representantes no Legislativo, no bojo de uma estridente crise política que não envolve apenas  especificamente as relações entre o governo e Oposição, mas também os fundamentos éticos da democracia representativa e do ideário republicano. Por vias inesperadas, estamos nesse momento diante de duas prioridades do interesse do estado e do povo brasileiro. 

Já não se trata somente de convocar o eleitorado, vale dizer, a opinião pública, para responder nas urnas se aprova ou desaprova o governo municipal que aí está. Um novo elemento entrou em cena, pois agora se trata também de procurar superar uma crise política que traz no seu ventre outras ameaças latentes, como sejam as que colocam em risco a estabilidade das instituições, a governabilidade e o avanço inabalável do País no rumo do desenvolvimento sustentado e das conquistas sociais e humanísticas próprias da civilização do Primeiro Mundo.

Chega a hora de perguntar: não seria também o momento de pensarmos no desarmamento dos espíritos na sociedade brasileira? A crise política da corrupção, dos mensalões, do festival de denúncias, dos antagonismos que essas situações anormais vão criando e engrossando, parece abonar o nosso argumento. É preciso que à insegurança pública, já por si uma tragédia, não se some a insegurança política. E para enfrentarmos a insegurança política, os remédios são muito mais simples do que aqueles exigidos para debelar o banditismo: bastará que os nossos homens públicos mais responsáveis, dentro do Executivo, do Congresso, do partidos etc. decidam abandonar a fogueira dos confrontos e se dediquem a soluções construtivas, mergulhando no campo das reformas estruturais ou apenas operacionais do nosso modelo presidencialista. 

O desarmamento dos espíritos, terá de ser a tônica dominante de qualquer tentativa séria de construção sólida e racional da nossa arquitetura democrática. Do contrário, seremos obrigados a pagar por mais alguns anos de caminhada inconsistente até que encontremos o rumo de uma democracia não apenas formal, mas também mais ainda comprometida com princípios éticos rigorosos. Estaremos, assim, fazendo justiça às expectativas e às esperanças da massa votante, por enquanto uma figura indefesa e, não raro, traída no cenário da tão consagrada vontade popular, em nome da qual só então todo o poder pode ser considerado legitimamente exercido. Votemos conscientes.

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