O ex-presidente Jair Bolsonaro e o filho dele, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foram indiciados pela Polícia Federal nesta quarta-feira (20) por tentativa de obstrução de Justiça nas investigações sobre a trama golpista de 8 de janeiro. O relatório foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e inclui ainda medidas contra o pastor Silas Malafaia, alvo de busca e apreensão e de retenção de passaporte.

Agentes cumpriram mandado de busca pessoal contra Malafaia, com apreensão de celular e outros materiais. O pastor voltou ao Brasil vindo de Lisboa e foi levado a depor no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.

De acordo com a PF, foram extraídos do celular de Bolsonaro áudios e mensagens com Malafaia e Eduardo que haviam sido apagados. O material indicaria tentativas de intimidação a autoridades e de atrapalhar os inquéritos sobre a tentativa de golpe. A polícia também apontou registros em que o ex-presidente discutia com aliados a possibilidade de pedir asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei.

O inquérito foi aberto em maio, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que já havia citado a atuação de Eduardo junto ao governo dos Estados Unidos em busca de sanções contra ministros do STF. Bolsonaro segue em prisão domiciliar por descumprimento de ordens judiciais, enquanto o ministro Alexandre de Moraes prorrogou a apuração por mais 60 dias no início de julho.