Flávio Bolsonaro usou cota eleitoral feminina para beneficiar empresas
O PSL-RJ direcionou R$ 49 mil de sua cota feminina nas eleições de 2018 para duas empresas ligadas a assessores de Flávio Bolsonaro envolvidos no esquema da rachadinha na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
O valor equivale a mais de 10% da verba total para as mulheres candidatas. De 33 postulantes do diretório estadual, 27 devolveram metade de suas verbas eleitorais para essas empresas.
As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (26) em reportagem do portal UOL. As prestações de contas das candidaturas femininas do partido à Justiça Eleitoral apresentam também suspeitas de irregularidades no uso dos valores. Dez dessas candidatas apresentam indícios de fraude contábil e duas tiveram suspeita de falsificação de assinaturas.
As duas empresas contratadas são Alê Soluções e Eventos e Jorge Domingues Sociedade Individual Advocacia. A primeira pertence a Alessandra Oliveira, assessora de Flávio Bolsonaro na Alerj e, ao mesmo tempo, primeira-tesoureira do partido no Rio. A segunda é ligada a Luis Gustavo Botto Maia, advogado eleitoral do filho do presidente da República.
Alessandra e Botto Maia são investigados pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) por suposta participação no esquema de repartição ilegal de salários de funcionários do gabinete de Flávio, quando ele era deputado estadual. Cinco candidatas ouvidas pelos jornalistas disseram que a contratação das duas empresas foi direcionada pelo PSL do Rio, presidido em 2018 por Flávio Bolsonaro. Hoje, ele é senador filiado aos Republicanos.
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