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Que a democracia não seja envenenada


Por Raimundo de Holanda

18/02/2025 21h40 — em
Bastidores da Política


  • Que a denúncia da PGR contra Bolsonaro seja levada ao plenário do Supremo, para uma ampla discussão entre julgadores, defesa e acusação. Mal maior será terminar numa turma sabidamente parcial
  • O que menos se espera é que este caso sirva para envenenar e matar a democracia. Tudo agora depende dos passos seguintes e da ação de uma corte cujos integrantes têm não apenas a obrigação, mas o dever de agir com isenção e parar de falar fora dos autos.

A Procuradoria Geral da República acusou formalmente o ex-presidente Bolsonaro de tentativa de golpe. A denúncia vem num momento de intensa polarização, o que aumenta o clima de hostilidade que divide a sociedade brasileira.  

A denúncia contra Bolsonaro - especialmente o fato de  que ele sabia e concordou com um plano para envenenar o presidente Lula e executar a tiros o ministro Alexandre de Moraes, já era esperada.

O momento é que é delicado, pelas pressões externas e o apoio que a extrema direita vem recebendo do novo governo dos EUA.

É certo que é uma questão da justiça brasileira, que entende haver necessidade de oferecer celeridade ao caso, mas é preciso que haja transparência no julgamento dessa ação, que deve ser levada necessariamente ao pleno do tribunal para uma ampla discussão sobre seu mérito, permitindo á defesa o espaço e o tempo necessários para contra-argumentar. 

É isso que se espera numa democracia, especialmente num País onde  a maior corte de Justiça tomou para si a tarefa de defender o estado de direito.

O que menos se espera é que este caso sirva para envenenar e matar a democracia. Tudo agora depende dos passos seguintes e da ação de uma corte  cujos integrantes têm não apenas a obrigação, mas o dever de agir com  isenção  e parar de falar fora dos autos.

Que o caso não termine numa turma sabidamente parcial.

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ASSUNTOS: Denúncia contra Bolsonaro, Lula, PGR, STF, tentativa de golpe

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.