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Presença de Bolsonaro em terras indígenas tem potencial de uma bomba biológica


Por Raimundo de Holanda

27/05/2021 19h19 — em
Bastidores da Política


  • É surpreendente que nenhum órgão de controle - seja o Ministério Público, seja a Defensoria Pública - não se conta com a Funai - tenha se manifestado junto a justiça brasileira para impedir que, sem estar vacinado, Bolsonaro ingressasse, em razão do alto risco de transmissibilidade da Covid, em área indígena no Amazonas.

Ainda que não tenha mantido contato direto com indígenas, a presença do presidente Jair Bolsonaro em área habitada pelos índios Yanomami  em São Gabriel da Cachoeira, interior do Amazonas, é perigosa, do ponto de vista epidemiológico. Bolsonaro não tomou vacina, não fez ou não divulgou exames públicos sobre Covid, não utiliza máscara, além de levar com ele uma equipe que comunga de suas idéias anti-ciência.

Na prática, o presidente brasileiro se transformou em uma bomba biológica, com potencial para espalhar vírus e bactérias,   altamente  perigosas para os indígenas, etnias sucetíveis a doenças como gripe e seus derivados.

É surpreendente que nenhum órgão de controle - seja o Ministério Público, seja a Defensoria Pública - não se conta com a Funai - tenha  se manifestado junto a justiça brasileira para impedir que, sem estar  vacinado, Bolsonaro ingressasse, em razão do alto risco de transmissibilidade da Covid, em área indígena do Amazonas.

No seu governo, os índios perderam a  tutela do estado, com a  Funai manipulada por grupos de devastadores da floresta, especialmente nas áreas indígenas.

Bolsonaro, além de possivelmente carregar e espalhar o  coronavírus, carrega outros patógenos, como a arrogância, a impertinência, o ódio que divide o país. Isso também tem um poder de transmissão infinitamente maior do que se imaginava.

É só observar o número de pessoas que pensam pouco ou abdicaram da liberdade de pensar para seguir um homem que agora chamam de “mito”.

Mito de quê? Da mentira, da divisão, da história de uma tragédia humana dramática que ele viveu e aplaudiu: a ditadura militar instaurada em 1964  e que ele tanto venera, como se não fosse um tempo de horror e sangue, de silêncio e escuridão.

Bolsonaro encarna o mal. Não se acanha de imitar o ditador italiano  Benito Mussolini e engendrar um fascismo a lá brasileira.  Alguém precisa lembrar ao presidente o auge de Mussolini e seu fim trágico: em fuga com alguns de seus seguidores, foi capturado e fuzilado.

Não se deseja esse fim para Bolsonaro, mas nada impede que as instituições brasileiras, que ainda funcionam, reajam as afrontas do presidente e o coloquem sentado em um tribunal para responder por seus crimes.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.