O fim da necropolítica no Amazonas e no Brasil, depende de cada um de nós
Por RAIMUNDO DE HOLANDA
01/03/2021 18h47 — em Bastidores da Política
A eleição de 2022 parece distante, mas está bem ali. A pandemia despertou nos brasileiros uma pressa por mudança de cenários e de pessoas. Não dá para antecipar um pleito que tem data marcada para ser realizado, mas dá para construir cenários nos quais o atraso, a necropolitica, o desprezo pela vida fiquem para trás e seja possível ao menos sonhar com um novo País.
Não dá para pensar durante ou depois. É preciso desde já construir as pontes que vão unir sociedade e política, justiça e liberdade - tudo o que o Brasil perdeu com as eleições de 2018.
Recuperar esse atraso só com nova eleição para extirpar da vida pública o que tem atrasado o Amazonas e o País.
Não se fará isso sem o exercício do voto. Voto consciente, essencial para a vida de uma Nação.
Essa tragédia sanitária que vivemos hoje de certa forma nós a produzimos ou semeamos em 2018.
Mudar esse cenário de caos e de morte depende de cada um de nós.
O que nós fizemos de errado cabe a cada um de nós consertar. Porque o estrago foi grande e não mexeu apenas com a politica, mexeu com o Judiciário, que ao buscar conter a beligerância do Executivo começa a abrir espaço para um autoritarismo ainda mais perverso.
Ao entender que podia decretar a prisão em flagrante de um deputado que gravou um video atacando a corte, o Supremo Tribunal Federal abriu precedente para qualquer delegado, qualquer secretário de segurança prender um cidadão que postou algo que o desagrade na internet ou cause constrangimento a um de seus amigos de poder. E sabe por que ? Porque o flagrante não depende de ordem judicial. O STF, inadvertidamente, nos empurrou para a beira do abismo.
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Mas vamos falar de cenários para 2022. Para presidente, o atraso encarnado por Bolsonaro e suas milícias, fazendo coro com 300 mil armados desafiando a democracia.
Lula, inocentado, disputando o comando do País? Improvável. Devem surgir nomes e propostas sobre os quais o eleitor terá que pensar muito para que não faça escolhas equivocadas.
No Amazonas, quais as opções de voto? David Almeida, o prefeito de Manaus, parece precocemente desgastado e não renunciaria, como a legislação eleitoral determina, em abril de 2022 para disputar, seis meses depois, a eleição para governador.
Wilson Lima encarna o atraso e é pouco provável que conclua o mandato. Preso que está a uma teia que envolve interesses que minam sua credibilidade e desarticulam o seu governo.
Resta a velha guarda: Arthur Neto, diplomata, ex-senador e ex-prefeito de Manaus;
Eduardo Braga, senador, ex-prefeito de Manaus e ex-governador;
Marcelo Ramos, deputado federal, que ainda precisa se firmar como uma liderança politica local. O caminho a percorrer é grande…
José Ricardo ou Zé da Kombi, que nas eleições majoritárias que disputou até aqui não conseguiu passar uma marcha de velocidade. 2022 se apresenta no horizonte como sua última chance…

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.