O drible do governador Wilson Lima
O governador Wilson Lima não consegue se livrar de perguntas incômodas de repórteres. Uma delas, se será candidato ao Senado. Como se desse pouca importância ao tema, Wilson usa de dribles verbais, passando a bola para o partido e para o eleitor. Mas chegar na área e fazer gol depende mais dele mesmo do que de qualquer outro jogador. E política é jogar, mexer nas pedras (ou na bola) e tirar proveito do fato de ser o dono do campo (ou do tabuleiro).
E fazer gol, no caso, não significa renunciar em 2026 para se candidatar ao Senado, mas formar um time que o auxilie durante o restante do mandato. Fazer o sucessor e deixar o governo com capital político para voltar dois anos depois como candidato a prefeito ou senador. Mas esse é um lance coletivo. Depende de troca de passes, da interação com outros jogadores.
O governador parece ter aprendido a jogar e percebe que o cenário para 2026 permite antever para ele o papel de articulador e mediador do processo eleitoral. Assim, ficar no cargo é a jogada previsível.
Wilson sabe medir as palavras e jogar para terceiros - partido e eleitores - o seu futuro político. Mas também sabe que há um palco com as cortinas ainda a serem abertas. Ou ele se torna o protagonista desse espetáculo, subindo no tablado e apontando quais atores entrarão em cena com ele, ou outros o farão, reduzindo as expectativas de encerrar o mandato com capital eleitoral e político anabolizados para retornar em 2028.
ASSUNTOS: eleiçoes 2026, Governador Wilson Lima, SENADO

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.