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O chefe de policia que traficava


Por Raimundo de Holanda

23/02/2014 20h12 — em
Bastidores da Política



A cocaína apreendida em poder de um policial na Ponte Rio Negro, no domingo, foi capturada de traficantes em  julho do ano passado, no Municipio de Tonantins, interior do Amazonas. Karl Max - esse é o nome do "chefe de polícia" - não representa nenhum cartel. Ele simplesmente se assenhoreava de um produto ilícito, depois de simular a incineração. Sua prisão revela que o aparelho policial, notadamente no interior do estado, é corrupto e atua muitas vezes à margem da lei. É de estranhar que o chefe de policia afirme que o produto de uma apreensão foi queimado, passando por cima de procedimentos que envolvem inclusive uma autorização judicial.

Tonantins é uma terra sem lei. Lá manda o delegado. O juiz e o promotor estão sediados  em Santo Antônio do Içá.

Justiça ausente gera esse tipo de anomalia e a sensação de impunidade - essa mesma impunidade  que estimulou, por exemplo, o policial a desintocar a droga e trazê-la para Manaus em uma picape.  Deu azar e foi preso.

COM A VASSOURA NA MÃO

Embora insista que está em campanha apenas para reconstruir Manaus, o prefeito Artur Neto não dispensa convite e está em “todas” . Com habilidade política, presença de espírito e senso de oportunidade, acaba de concretizar um projeto que já lhe rendeu muito dor de cabeça nas eleições passadas: a retirada dos camelôs do Centro de Manaus.  

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Na hora da limpeza, Artur pegou a vassoura e abriu a sessão de lavagem das calçadas junto com os garis da prefeitura. Mas antes mesmo de concluir a operação, no sábado foi bater ponto no carnaval no Centro nas bandas da Bica e da Difusora e conferiu que está de bem com a população local.

MELO ACOMPANHA
 
Outro que não perdeu a oportunidade de conferir a mudança histórica no Centro da cidade foi o vice-governador José Melo. Mostrando que pode “colar”no  seu provável maior aliado numa futura composição pela reeleição, Melo mostrou desembaraço e posou para fotos ao lado de Artur.  

PRESSÃO  DEPENDE DE BANCADA UNIDA

Somente uma força-tarefa da bancada da Amazônia, que tem  65 deputados, na Câmara, para pressionar  o governo pela votação da PEC da prorrogação da Zona Franca. Mas se a ZFM une todos os estados da região pelos benefícios  que traz, na política a desunião é grande: cada bancada age a seu modo e cuidando de interesses locais. 

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O poderoso conselheiro de Dilma, José Sarney, por exemplo, só pensa em levar a ZF para o Amapá.  Ao contrário de paulistas, cariocas, mineiros e sulistas, que atuam em bloco no Congresso Nacional.

 

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.