Lula ou Bolsonaro? Amazonino ou Wilson? O que dizem as pesquisas
A quatro meses das eleições, as pesquisas – a maioria delas feitas por telefone – revelam um quadro mal acabado do pensamento do eleitorado. Quem ganha e quem perde – seja para presidente ou governador - ainda é uma história a ser escrita. O que é certo é que tanto Lula quanto Bolsonaro polarizam a disputa, com seus passivos – corrupção de um lado, amenizada por erros jurídicos que limparam longas fichas criminais corridas – e de outro um brincante, com comportamento autoritário, mas refém de um Congresso que ao mesmo tempo o bajula e o torna refém de interesses nada republicanos. Na prática, os dois candidatos se nivelam, moralmente.
A falta de uma terceira via – ou a existência dela, mas sem perspectiva eleitoral – deixa os brasileiros numa encruzilhada e o futuro do país envolto em incerteza.
Embora as pesquisas mostrem uma larga vantagem de Lula, nenhuma atingiu a massa silenciosa do eleitorado concentrada na classe média, ou em áreas mais pobres - gente escondida literalmente nos becos, ruelas e favelas das grandes e médias cidades.
A volta de Lula entusiasma, mas não a todos.
A vantagem de Bolsonaro é a grande publicidade em torno de seu nome. O fato de a imprensa se dedicar diariamente a uma desconstrução do presidente e de seu governo, pode estar tendo um resultado oposto ao pretendido.
Não será surpresa se pesquisas mais apuradas, feitas diretamente com o eleitor, mostrar um cenário com o qual a grande mídia não conta.
NO AMAZONAS
Quanto a disputa para o governo do Amazonas, a grande questão é se o senador Eduardo Braga entra de cabeça ou desiste. Até agora Braga não sinalizou sua disposição de concorrer ao governo do Amazonas.
Outro personagem que deve entrar em cena é o deputado Serafim Correa. Uma corrente dentro do PSB e dos partidos de oposição tenta convencer o deputado a sair candidato ao governo, o que abriria mais um palanque para Lula no Amazonas. Mas essa é uma costura que está apenas começando.
Se vingar, Serafim pode ser o candidato capaz de fazer a diferença numa eleição onde as pesquisas indicam uma ampla preferência do eleitorado pelo ex-governador Amazonino Mendes, enquanto o governador Wilson Lima vem atrás, lutando para reduzir a rejeição ao seu nome, especialmente em Manaus. Um cenário que pode ser alterado com a eventual entrada de Serafim na disputa. É esperar para ver.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.