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Lula ou Bolsonaro? Amazonino ou Wilson? O que dizem as pesquisas


Por Raimundo de Holanda

16/06/2022 19h53 — em
Bastidores da Política



A quatro meses das eleições, as pesquisas – a maioria delas feitas por telefone – revelam um quadro mal acabado do pensamento do eleitorado. Quem ganha e quem perde – seja para presidente ou governador - ainda é uma história a ser escrita. O que é certo é que tanto Lula quanto Bolsonaro polarizam a disputa, com seus passivos – corrupção de um lado, amenizada por erros jurídicos que limparam longas fichas criminais corridas – e de outro  um brincante, com comportamento autoritário, mas refém de um Congresso que ao mesmo tempo o bajula e o torna refém de interesses nada republicanos. Na prática, os dois candidatos se nivelam, moralmente.

A falta de uma terceira via – ou a existência dela, mas sem perspectiva eleitoral –  deixa os brasileiros numa encruzilhada e o futuro do país envolto em incerteza.

Embora as pesquisas mostrem uma larga vantagem de Lula, nenhuma atingiu a massa silenciosa do eleitorado concentrada na classe média, ou em áreas mais pobres - gente  escondida literalmente  nos becos, ruelas e favelas das grandes e médias cidades.  

A volta de Lula entusiasma, mas não a todos.  

A vantagem de Bolsonaro é a grande publicidade em torno de seu nome. O fato de a imprensa se dedicar diariamente a uma desconstrução  do presidente e de seu governo, pode estar tendo um resultado oposto ao pretendido.

Não será surpresa se pesquisas mais apuradas, feitas diretamente com o eleitor, mostrar um cenário com o qual a grande mídia não conta.

NO AMAZONAS

Quanto a disputa para o governo do Amazonas, a grande questão é se o senador Eduardo Braga entra de cabeça ou desiste. Até agora Braga não sinalizou sua disposição de concorrer ao  governo do Amazonas. 

Outro personagem que deve entrar em cena é o deputado Serafim Correa. Uma corrente dentro do PSB e dos partidos de oposição tenta convencer o deputado a sair candidato ao governo, o que abriria mais um palanque para Lula no Amazonas. Mas essa é uma costura que está apenas começando.

Se vingar, Serafim pode ser o candidato capaz de fazer a diferença numa  eleição onde as pesquisas indicam uma ampla preferência do eleitorado pelo ex-governador Amazonino Mendes, enquanto o governador Wilson Lima vem atrás, lutando para reduzir a rejeição ao seu nome, especialmente em Manaus. Um cenário que pode ser alterado com a eventual entrada de Serafim na disputa. É esperar para ver.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.