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Denúncia contra sindicalista envolve suposto pagamento de propina a juízes do trabalho no Amazonas


Por Raimundo de Holanda

16/05/2016 23h13 — em
Bastidores da Política



Denúncias de que o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Waldemir  Santana,  montou um esquema criminoso para comprar juízes do trabalho será  alvo de investigação do Ministério Público Federal no Amazonas. De acordo com a denúncia, feita ao MPF, o esquema envolveria outros sindicatos, supostamente patrocinados por Santana, entre eles o dos Rodoviários. O sindicalista  - que nega tudo e atribui “as calúnias” ao grupo que faz oposição a ele no movimento sindical - também é acusado de usar recursos do Sindicato para fins pessoais. Chama a atenção dos procuradores um Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia de Roubos e Furtos, onde  Santana comunica assalto a sua residência, de onde teriam sido levados R$ 200 mil em espécie.  

Sem ônibus, população sofre em Manaus

- A queda de braço entre as empresas de transporte coletivo e a prefeitura de Manaus em torno do  aumento da tarifa  de ônibus está provocando um grande prejuízo as 500 mil pessoas que dependem de ônibus em Manaus.  Primeiro porque a frota, já pequena, foi drasticamente reduzida.  Segundo, porque o Sindicato dos Rodoviários se aproveita desse impasse para deflagrar uma greve   que na pratica contempla muito mais os  interesses dos empresários do  que  dos trabalhadores. O poder público, chamado a intervir, adiciona um complicador a uma questão que parece simples: o reajuste de tarifa é consequência de outros aumentos, inclusive  salariais. Não cabe, portanto, a discussão em torno de um tema que já foi alvo de decisão judicial. Protelar essa questão é prolongar o sofrimento de quem precisa de transporte e não tem.

 

- Os empresários reclamam de atraso no repasse mensal de R$ 1,3  milhão, que seria a parte do subsídio que cabe ao governo do Estado conceder as empresas, mas não dizem que esse atraso ocorre porque eles estão inadimplentes e não obtiveram, em tempo hábil, como é exigência legal, certidões negativas que respaldassem o governo a liberar os recursos.  Nem dizem que já receberam em isenções fiscais (IPVA e ICMS sobre o diesel) mais de 50 milhões. Esse é o preço que a sociedade paga para  um sistema de transporte não funcionar. Lamentável.  (RH)

MENOS PERDAS NA ZFM

A Suframa anunciou ontem aumento no faturamento nas exportações do Parque Industrial de Manaus no primeiro trimestre do ano. Só que o valor está em real: 478,79 milhões de reais, contra 399,07 milhões de reais no mesmo período de 2015. Na realidade não se trata de um aumento das exportações, apenas a diferença na variação do dólar, que com o agravamento da crise econômica no Brasil foi puxado pra cima. Ou seja, a Suframa comemora a menor queda no período de três anos e não um aumento real das exportações. É assim na crise, comemora-se quando se perde menos.

MOSQUITOS E CRISE

Os secretários municipais do Amazonas vão debater a crise financeira e a proliferação do mosquito aedes aegypti, num congresso aberto ontem à noite e que se estenderá até a quinta-feira. O IV Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Amazonas está acontecendo no Da Vinci Hotel e Conventions, com direito a uma palestra magna sobre “Panorama da Crise do Estado do Amazonas”. Todos reclamam da falta de recursos não para combater não só o ‘mosquito assassino’, mas para todos os serviços de saúde pública. Só esquecem que os recursos que faltam são ‘desviados’ por prefeitos para seu próprio enriquecimento. Nisso o mosquito não tem culpa. 

 SALÁRIO MINIMO DE R$ 3.716,77.

O Dieese estimou para abril o salário mínimo ideal para sustentar uma família de quatro pessoas: deveria ser de R$ 3.716,77. Ou 4,22 vezes o valor do salário em vigor, de R$ 880. O cálculo é feito com base na cesta básica mais cara entre as 27 capitais do país, que no mês de abril foi registrado em São Paulo (R$ 442,42). O Dieese mostra a queda brutal no poder aquisitivo do salário mínimo deixado pelo governo do PT. Só não explica como uma família vai comprar alimentos para sobreviver durante um mês com esse valor.

LEI DO BALANÇO SOCIAL

O arquiteto Takashi Yamauchi, que vem a Manaus na próxima terça-feira para ministrar uma palestra de capacitação para gestores do terceiro setor com atuação em ongs e cooperativas sem fins lucrativos, é o criador da Lei do Balanço Social e Ambiental, que determina que as empresas publiquem o balanço anual de suas atividades socioambientais. Em 2009   ele veio a Manaus orientar a criação da lei no Amazonas, que foi proposta em projeto da então deputada Therezinha Ruiz. A lei acabaria com os ‘desvios de finalidade’ dos milhões que são destinados a atividades sociais e ambientais. Só no PIM chega a quase R$ 1 bilhão.

 

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ASSUNTOS: propina, Sindicato dos metalúrgicos, waldemir santana

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.