Covid 19 acabou com o abraço, o tesão e o beijo na boca
- O tempo vai passar. É possível que a Covid 19 se torne no futuro uma vaga e triste lembrança. E novamente as camas voltem a sacudir, os homens a suar de prazer e as mulheres a sussurrar: 'mais rápido, mais rápido!!' Haja coração !
Essa pandemia vai chegar ao fim, algum dia, mas fora as sequelas físicas, deixará alguns traumas e grandes lembranças. É um tempo no qual o apertar de mãos deixou de ser permitido; o abraço, também. Beijar na boca, chupar a língua, nem pensar. O desejo, tão presente, tão natural, precisou de uma pausa.
O sexo virtual é só uma ideia, pouco prática, sem toque da pele, sem o cheiro de perfume e de suor. Sem calor e sem sussurros que explodem nas paredes do quarto e fazem nos sentir geniais. Bocas fechadas agora, talvez por muito tempo.
Era preciso falar disso? É o que mais se comenta nas rodas de amigos, talvez para esquecer por um momento o mal maior que a Covid 19 está espalhando sem parar - as perdas humanas, as crianças órfãs, um país em ruína, um presidente desastrado e a beira da loucura.
As noticias de que as mortes estão superando os nascimento no Brasil são uma verdade. Mas mulheres engravidam menos porque o sexo tornou-se praticamente proibitivo. E falta tesão - seja porque falta comida, seja porque falta esperança, seja porque esse vírus talvez tenha mesmo essa função de tornar homens estéreis, quando não os mata.
O tempo vai passar. É possível que a Covid se torne no futuro uma vaga e triste lembrança e novamente as camas voltem a sacudir, os homens a suar de prazer e as mulheres a sussurrar: "mais rápido, mais rápido!!!” Haja coração !
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.