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Brasil precisa afastar Bolsonaro para se firmar como Nação


Por Raimundo de Holanda

17/04/2021 16h39 — em
Bastidores da Política


  • Como Bolsonaro ousa falar de corrupção no governo Lula se ele carrega sobre os ombros denúncias que podem acabar em um tribunal internacional, por crimes contra a humanidade? Bolsonaro não está envolvido em denúncias de corrupção graves - exceto que um de seus filhos comeu pelas beiradas os salários de servidores de seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio. Mas rouba a esperança e os sonhos dos brasileiros ...

Apesar de todos os crime cometidos pelo presidente Bolsonaro é unânime a ideia de que ele estará disputando a reeleição em 2022 com o Lula e outros eventuais candidatos. Duvido disso. Bolsonaro, por tudo o que fez de ruim e mais pelo que deixou de fazer de bom, tem tudo para sequer ser lembrado em 2022. Ficará pelo meio do caminho, como uma peça imprestável, descartada por um país com capacidade de se desviar do abismo para o qual ele o está conduzindo.

Bolsonaro chegou a um ponto que não pode apostar apenas no imobilismo dos brasileiros, no servilismo e na cegueira de seu pequeno grupo de seguidores. É o mundo agora que o vê como uma ameaça ao Continente e à humanidade,  por fazer do Brasil  um  centro de irradiação da morte pelo vírus da Covid 19.

Bolsonaro não está envolvido em denúncias  de corrupção graves - exceto que um de seus  filhos comeu pelas beiradas os salários de servidores de seu gabinete.

Mas rouba a esperança e os sonhos dos brasileiros ao insistir em menosprezar o potencial de um vírus que já matou 360 mil pessoas.

Maricas, quando vão parar de chorar?”, é a palavra de consolo que Bolsonaro dá aos brasileiros que encheram os olhos de lágrimas e explodiram de angústia diante de hospitais lotados, enquanto seus pais, irmãos e amigos morriam sem assistência. Isso não é roubar a esperança de todo um povo?  Isso não é a corrupção da alma?  Isso não é matar ou contribuir para a morte de centenas de milhares  de brasileiros?    Muita coisa ainda pode vir a tona. Mas agora o que se sabe e provas existem aos montes, é que Bolsonaro comete o grave crime de desdenhar da dor das famílias que perderam seus entes queridos para a Covid 19, de afrontar a ciência,  de seu governo ter sido omisso em relação a crise de oxigênio que matou dezenas de pessoas em Manaus.

Como Bolsonaro ousa falar de corrupção no governo Lula se ele carrega sobre os ombros denúncias que podem acabar em um tribunal internacional, por crimes contra a humanidade?

Pazuello foi fraco, inconsequente enquanto ministro. Mas tentou comprar vacina, sendo  desautorizado pelo presidente, que o visitou para deixar claro que vacina da China, nem pensar. Pazuello negociava naquele momento alguns milhões de doses da Coronavac. Mas Bolsonaro o fez recuar. Foi quando se originou  a histórica e trágica  frase do ministro-general - "um manda, outro obedece”.

É impossível não responsabilizar Bolsonaro por essa interferência indevida em medida técnica  e humanitária, essencial para o País.  Nem pelas mortes que se seguiram, ou pelo espalhamento do vírus pelo Brasil.

Impossível pensar que ele não cairá. Por muito menos Dilma caiu. Contra Bolsonaro as pressões internas apenas começaram e devem ganhar força com a CPI da Covid 19, que será presidida  pelo senador Omar Aziz. Fora as pressões internacionais, que já estão em andamento.

Bolsonaro não contará com o Exército, que equivocadamente chama de seu; não contará com a Polícia Federal, que tem se comportado como uma instituição do estado e não do presidente de plantão. Terminará só, com os três filhos  apelando nas redes sociais: “Não nos  deixem sós”. Já se encontram sozinhos.  Bom que cabem todos em uma  mesma cela…

 

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.