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Citação de Arthur por delator desencadeia onda de ódio reprimida


Por Raimundo de Holanda

10/12/2016 23h35 — em
Bastidores da Política



A citação do nome de Arthur Virgilio na delação da Odebrecht surpreende, mas não justifica a campanha de ódio iniciada ontem em vários meios de comunicação.  

O que se viu foi uma tentativa de linchamento. Arthur reagiu  em nota que você  pode ler AQUI.

O fato poderia servir para uma discussão, oportuna,  sobre  ética na política. Mas ninguém parece interessado...  

Arthur, pelo histórico que tem, pelos serviços prestados ao País e ao Amazonas, merecia  ao menos o benefício da dúvida. Não teve ou não está tendo. 

Os ataques virulentos vem das mesmas pessoas e grupos  que fizeram dura oposição a Arthur na eleição municipal. São  as viúvas do candidato derrotado.  

Não são santos, nem poderiam apontar o dedo condenando o prefeito em uma acusação que pode sim ser leviana e que sequer foi analisada pela justiça.  

A questão fundamental, que ninguém discutiu, é se as delações estão corretas, apuradas, provadas. Se não, muitos inocentes poderão pagar o preço por um vazamento irresponsável.

A outra questão, mais importante, é cada um se questionar o que  está acontecendo com a política. Por que os políticos, com algumas exceções, se metem nesse tipo de encrenca? Por que eles não  prestam?  São mal intencionados?  Ou por que saem do nosso meio, da nossa família, das nossas escolas e são brasileiros?

Não é um grupo de pessoas que apodreceu. É o país como um todo. É a  escola, a família, a imprensa, as igrejas, as entidades de classe, os poderes da república  que precisam passar por uma revisão. Colocar o dedo em riste na cara do outro como estão fazendo é perigoso. As pessoas precisam se olhar no espelho. (RH)

DISPUTA QUENTE ENTRE DEPUTADOS

Com um orçamento de pouco mais de R$ 200 milhões, que não vai aumentar muito em 2017,  a Assembleia Legislativa do Amazonas é palco de feroz batalha pelos deputados que pretendem comandá-la no próximo biênio.

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De um lado, Belarmino Lins (Pros) e David Almeida (PSD) intensificaram articulações neste feriadão visando conquistar a preferência da maioria de seus pares e as bênçãos do governador José Melo (Pros).

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Na outra ponta da disputa, Vicente Lopes (PMDB) e Bosco Saraiva (PSDB) jogam dados com os parlamentares que apoiaram a CPI da Afeam. E não dispensam entendimentos com alguns cardeais do bloco governista. A disputa esquenta em sua reta final.

VINHOS POR VOTOS

Na quarta-feira passada, antes do feriadão, assessores do deputado Bosco Saraiva entregaram cestas de vinhos nos gabinetes de vários parlamentares eleitores. Bosco também está de olho na presidência da Aleam.

ORÇAMENTO IMPOSITIVO

O presidente da Câmara Municipal Wilker Barreto coloca em discussão nesta segunda-feira as emendas dos 41 vereadores ao orçamento impositivo da prefeitura de Manaus para 2017. Como se trata da primeira vez que a nova modalidade entra em vigor, Barreto vai combinar paralelamente, com o período de apresentação de emendas, a dilação dos prazos de cinco para os dez dias. O prazo maior servirá para que os técnicos da prefeitura possam ajudar os vereadores e assessores parlamentares no ajuste das emendas ao orçamento. Com isso, ele prevê que as emendas entrem na agenda de apreciação entre os dias 19 e 20, junto com a Lei Orçamentária Anual e Plano Plurianual.

TORNIQUETE PARA CONTER A SANGRIA

O TAC do MPF, assinado com o BB e a Caixa, aperta o ‘torniquete’ para conter a sangria de recursos públicos federais repassados para estados e municípios, sejam constitucionais ou conveniados. As medidas sugeridas permitirão o rastreamento de qualquer movimentação desses valores, além de impedir a transferência de verbas para contas sem a devida identificação e a motivação do repasse. Sacar dinheiro livremente na ‘boca do caixa’ acima de R$ 800, nem pensar, só com o CNPJ ou CPF do destinatário e a finalidade do uso. Se tudo for implantado até janeiro, a partir de 2017 a corrupção pode ficar ‘maneta’ em relação às verbas federais.

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No Amazonas a lista de desvios de recursos é longa e a quantia elevada: já são mais de R$ 350 milhões nos últimos anos, somados R$ 248 milhões em prefeituras do interior com os R$ 110 milhões de recursos desviados do SUS na saúde estadual.

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ASSUNTOS: arthur virgilio, dedo-duro, delação premiada, Lava Jato, Odebrecht, prefeito de Manaus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.