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'Beth Balanço' não teve tempo de dizer adeus


Por Raimundo de Holanda

18/10/2021 19h16 — em
Bastidores da Política



Nossa memória é um livro mal acabado. Nem sempre lembramos das histórias que vivemos. Com algum esforço, parte do ontem ressurge  em pedaços, como vidraças estilhaçadas.

A 'viagem' de Beth Balanço nesta segunda-feira trincou alguns cristais e nos colocou de volta no tempo: 30 anos atrás, quando as canções eram poesia e a poesia era mulher.

A composição de Cazuza e  Roberto Frejat era um sucesso  - Bete Balanço - e nos apropriamos dela para apelidar Beth, a simpática Beth, que hoje, para repetir o cantor "pode seguir  a sua estrela, ao ponto onde quer chegar”.

Como uma pessoa tão simples pôde ser tão importante para toda uma geração de jovens que viveu intensamente a noite de Manaus e  que, na madrugada, buscava abrigo em sua pequena lanchonete?  É que Beth não fazia apenas o melhor sanduíche, os melhores crepes e saborosas panquecas. Beth tinha uma estrela,  compartilhava sonhos, fazia parte de um mundo que ficou para trás.

Beth, como muitos brasileiros vitimas da Covid, não teve tempo de dizer adeus. Mesmo assim, a noite de hoje balança e muitos admiradores que choram silenciosamente com sua partida insistem: 'Beth, por que não nos avisou quando chegou a hora?'

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.