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'Bandido bom é bandido morto'


Por Raimundo de Holanda

30/10/2025 21h17 — em
Bastidores da Política



Adotei faz tempo o discurso de tolerância zero para a criminalidade: "bandido bom é bandido morto". Mas sempre enfrentei o dilema de entender o que é bandido em uma sociedade tóxica, em que os delinquentes também usam ternos e   utilizam a lei para legitimar seus projetos de poder. Como desejar a morte de tanta gente?

Há bandidos que utilizam drogas e armas para matar e há bandidos que redigem leis para favorecer empresas amigas que molham suas mãos e enchem seus bolsos,  enquanto mandam a conta para o resto da sociedade pagar. 

Há bandidos que executam as leis, as interpretam e tiram na maior cara de pau a  liberdade de um povo.

Há bandidos com poder de mobilizar forças da sociedade para matar em nome da defesa do Estado que eles entregaram de mãos beijadas para o crime. Não haveria cemitério para tantas vítimas, porque ao contrário do que disse o governador do Rio, Cláudio Castro, vítima não é só o policial que ele mandou para o sacrifício. Vítima é todo aquele que cai por seus erros, fracassos e até virtudes.

Na verdade há muitos criminosos, a grande maioria posando de bons moços, acima de qualquer suspeita. Gente que  se diz honesta, probo, mas  esses são os mais nocivos. Nunca se sabe quando vão agir e como vão agir.

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ASSUNTOS: bandido bom é bandido morto, cláudio castro, CV, massacre no rio, rio de janeiro

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.