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Amazonino x David, conflito de gerações


Por Raimundo de Holanda

23/11/2020 20h09 — em
Bastidores da Política



Depois das 17 hs de domingo, alguns sonhos terão morrido e a cidade se quedará ao resultado das urnas. Nada terá sido em vão - e este é o legado da democracia:  vencidos  e vencedores recolherão as armas até uma nova batalha.

Mas domingo não chegou e a guerra, outra vez, é de duas gerações:  do novo que caminha no calçadão da Ponta Negra e do velho  que olha o rio correr lá embaixo e  sabe onde desaguam suas águas.

Do novo que  vende sonhos e do velho que compartilha sabedoria, experiência e esperança.

Do novo que sobe escadas tão rapidamente que esquece as sandálias e do velho que conta os degraus para quando chegar lá em cima saber os passos que deu, quanto o coração pulsou e quanto esforço é preciso para compartilhar realizações.

Do novo que olha para cima e vê nuvens, sol, estrelas. E do velho que olha para baixo, para a sua cidade, para as pessoas que passam, para o menino que brinca, para a mulher que amamenta  e para o homem que trabalha  e vive do seu suor.

Do novo  que enxerga tudo, e do velho vê o necessário, ouve alem das palavras:    sons que vêm das favelas esquecidas e do choro contido de quem perdeu a esperança.

Eu, Raimundo de Holanda,  por tudo isso, voto no velho e experiente  Amazonino  

ARMADILHAS DO ELEITOR

Ninguém ganha eleição antes das urnas serem abertas e os votos contados. A história está cheia exemplos. Em 1988 Gilberto Mestrinho liderava as pesquisas de intenção de votos e foi surpreendido com a vitoria de Arthur Virgílio Netto.

Em São Paulo, Fernando Henrique Cardoso esbanjava otimismo em 1985: antes da eleição visitou a prefeitura de São Paulo e posou para fotos na cadeira de prefeito. Quando as urnas foram abertas os eleitores haviam escolhido o velho e experiente Jânio Quadros . Esse fenômeno pode se repetir domingo em Manaus…

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.