Indígenas sofrem consequências do garimpo ilegal na Amazônia
Os grupos indígenas da Amazônia estão passando a sofrer impactados destrutivos causados por contaminação do mercúrio utilizado por garimpeiros ilegais da floresta amazônica. Foi realizada uma pesquisa pela ENSP/Fiocruz (Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca), que apontou que a infecção chega aos indígenas da etnia Munduruku.
O mercúrio é um metal obtido por meio da ustulação (processo químico utilizado na metalurgia e garimpagem que consiste em aquecer um sulfito na presença de gás de oxigênio). Essa substância tóxica é a mais usada na extração de ouro com o objetivo de separar o metal precioso dos sedimentos, após a mineração.
Depois, eliminam o mercúrio não utilizado em rios e lagos, e acaba sendo adicionado na cadeia alimentar, atingindo agora seres humanos e causando graves problemas neurológicos sensitivos e motores e outras doenças.
Cerca de 200 indígenas de três aldeias de etnia Munduruku já estão sendo afetados por conta desse processo. Alguns ainda chegam a ser chamados para o trabalho de garimpo por conta da falta de emprego na região amazônica. Devido à essas complicações, os pesquisadores Paulo Cesar Basta e Sandra de Souza Hacon deram início a uma analise dos problemas causados pelo garimpo ilegal.
Os pesquisadores detectaram altos níveis de mercúrio em amostras de cabelo da população. A contaminação chegou até os peixes, o que muitas da vezes, serve de alimento para as aldeias, e se torna o contágio mais fácil.
A equipe se preocupou, além do estudo, em melhorar a linguagem técnica da pesquisa, para tentar ajudar os moradores, então passaram a desenvolver produtos como livros paradidáticos e outros para alertar e conscientizar as comunidades.
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