Carlos Nobre e Renato Galvão ganham prêmio por defesa da Amazônia e ciência
Dois brasileiros estão entre os destacados neste ano pela importante Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês) como pesquisadores de importância mundial.
"O professor Galvão defendeu a ciência sólida diante da hostilidade", afirmou Jessica Wyndham, da AAAS, durante o anúncio dos ganhadores nesta segunda-feira (08/02).
Em agosto de 2019, Galvão foi exonerado do Inpe após defender o trabalho de monitoramento do desmatamento da Amazônia feito pelo instituto há mais de 30 anos.
Semanas antes, o presidente Jair Bolsonaro havia dito que os dados de alerta – que apontavam para um aumento significativo da devastação – eram mentirosos e que Galvão estaria "a serviço de alguma ONG".
Multas por crimes ambientais foram praticamente suspensas, o Fundo Amazônia foi paralisado, funcionários de carreira do Ibama e do ICMBio perderam postos de comando, leis foram flexibilizadas, houve aumento de invasão de terras públicas.
Esse time se juntou o recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que traça um pacote de investimentos para apoiar a preservação da maior floresta tropical do mundo.
"Tivesse o governo adotado uma política mais inteligente, certamente teríamos um número bem menor mortes", pontua, lembrando que o vírus já matou mais de 230 mil pessoas no país.
ASSUNTOS: Amazônia