Áreas na borda sul da Amazônia em Mato Grosso já estão em colapso
Áreas na borda sul da Amazônia em Mato Grosso já estão em colapso e não conseguem mais se recuperar. Aproximadamente 10% dessas unidades desmatadas, que correspondem a 6 campos de futebol (6 mil hectares), já desapareceram.
O monitoramento é feito há mais de duas décadas pela Universidade de Estado de Mato Grosso (Unemat), em parceria com a Universidade de Leeds, da Inglaterra, em 60 parcelas de terra de um hectare cada uma. As áreas monitoradas estão compreendidas em uma parte entre os municípios de Santa Terezinha até Alta Floresta, na região nordeste e norte do Estado, contornando o Parque do Xingu.
Beatriz Schwantes Marimon, coordenadora da pesquisa no Brasil, explica que o colapso é a morte das espécies e a impossibilidade do retorno delas. “Mesmo estando distante da ocupação humana, muitas árvores nessas áreas estão morrendo”, destaca. “A floresta não tem esse preparo para resistir à entrada do fogo, principalmente se for frequente e acompanhando de uma seca muito forte”, explana a docente.
Marimon destaca que as queimadas e as secas intensas, causadas, principalmente, pelos eventos de El Niño, podem estar no topo da lista de causas do colapso. O estado é o segundo que mais desmatou a Amazônia no ano passado e a área degradada é a maior dos últimos 12 anos. Entretanto, apesar dos graves problemas, existem soluções viáveis e que podem ser implementadas em parceria com o setor produtivo, integrando produção com proteção ambiental.
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