Oxigênio não é suficiente e municípios do AM podem ficar sem insumo
Manaus/AM - Apesar dos esforços do órgãos de controle em regularizar o fornecimento de oxigênio no interior do Amazonas, o desabastecimento continua em vários municípios.
Na semana passada, sete pessoas morreram por falta de oxigênio em Coari. A defensora pública Márcia Mileni, que coordena o Polo da Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) na região do Médio Solimões, alerta para o risco de a situação se repetir em Tefé.
"Chega oxigênio quase todos os dias, mas chega ‘de pingado’. Chega 25 cilindros, chega 30. Isso é irrisório perto da necessidade. Então, se der problema em um barco, se atrasar um avião, a gente corre risco de ficar sem oxigênio”, disse Márcia.
A DPE-AM conseguiu, em parceria com a Defensoria Pública da União (DPU) e os Ministérios Públicos Federal (MPF-AM), Estadual (MPE-AM) e de Contas (MPC-AM), uma decisão na Justiça Federal para obrigar os governos federal e estadual a distribuírem oxigênio para os municípios do interior do Amazonas, no dia 18 de janeiro.
O problema, no entanto, persiste. A defensora afirma que ainda não receberam medidas concretas dos governos estadual e federal. Um comunicado da procuradora de Jutaí (a 751 quilômetros de Manaus) sobre a dificuldade de transportar cilindros ao município foi enviado ao DPE na última sexta-feira (22).
A situação em Itacoatiara, cidade com alta de casos, também preocupa, pois o abastecimento de oxigênio não foi normalizado.
Manaus é a única cidade do estado com leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponível. No entanto, os pacientes que vêm do interior enfrentam dificuldade em serem transferidos para a capital, que sofre com a falta de leitos e de oxigênio. Por outro lado, o plano de transferência prevê que apenas moradores da capital têm direito de receber tratamento em outros estados.
Veja também
ASSUNTOS: Amazonas