Joyce Cândido lança hoje clipe que ecoa luta contra feminicídio no Brasil
Manaus/AM- A cantora Joyce Cândido lança nesta quarta-feira (13), às 13h, no YouTube, o clipe da música O Corpo é Meu, inspirado no artigo “O mito da posse: o corpo da mulher não é propriedade”, da juíza Giselle Falcone. A canção da autoria de Joyce, Flavio Pascarelli e Guilherme Sá, foi lançada em junho, mas agora ganha versão audiovisual com a participação de mais de 60 mulheres do Rio de Janeiro e de Manaus.
A produção reuniu artistas, ativistas e personalidades para transformar a mensagem em um manifesto contra a violência de gênero. O clipe foi filmado nas duas cidades, o trabalho integra o projeto Conexão Rio-Manaus e denuncia a realidade da violência contra as mulheres no Brasil brasileira, um dos países com maiores taxas de feminicídio no mundo.
Para Joyce, o clipe é “um grito de socorro e resistência”, unindo arte e denúncia. A produção também conta com o apoio de mulheres como a deputada estadual Alessandra Campêlo (AM) e a ministra Maria Elizabeth Rocha, presidente do Superior Tribunal Militar, que destacam o papel da arte na mobilização social por respeito e igualdade.
Confira a letra na íntegra:
O Corpo é Meu (Joyce Cândido, Flavio Pascarelli e Guilherme Sá)
Trancaram meu riso, cerraram meus olhos, Roubaram da boca o direito de ser. No fio da lâmina, no peso do aço, Tentaram calar o prazer de viver.
Diziam: é ordem, é cultura, é costume, É pelo bem de quem nem perguntou… Mas eu, com meu sangue, com minha fome, Cantei mais forte que a dor que ficou.
O corpo é meu, não é de ninguém, Nem do pai, nem do santo, nem do capitão. Não se vende, não se doma, não se corta também — O corpo é inteiro, é alma e é chão.
Rasgavam meu nome nas páginas velhas, E em nome de Deus me mandavam calar. Mas a minha memória é forjada em centelhas, e o fogo da história não vai se apagar.
Não há tradição que amanse a verdade, nem há ferro quente que possa deter a mulher que sabe que ser liberdade É nascer de novo a cada amanhecer
O corpo é meu, não é de ninguém, Nem do pai, nem do santo, nem do capitão. Não se vende, não se doma, não se corta também — O corpo é inteiro, é alma e é chão. O corpo é meu… É meu… É meu…
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